Como as diferentes dietas podem afetar o seu coração
Cetogênica, mediterrânea ou paleolítica? Cardiologista explica como as dietas da moda podem favorecer ou comprometer a saúde do seu coração
Quando o assunto é perder peso, o que não falta são dietas milagrosas capazes de proporcionar uma redução de medidas em tempo recorde. Apesar dos benefícios em curto prazo para aparência, é preciso lembrar que esses métodos podem resultar em quadros de fraqueza, disfunção do metabolismo ou até aumentar os níveis de colesterol e gordura no fígado.
O cardiologista Diego Garcia explica que a avaliação com um médico antes de começar uma dieta é fundamental. “A anemia, por exemplo, é um efeito comum em dietas extremamente restritivas. Por comprometer o transporte de oxigênio, o coração trabalha mais depressa”, explica.
Para quem está em busca de uma alimentação saudável para o corpo e também para o sistema cardiovascular deve investir em uma dieta rica em frutas, legumes, vegetais e reduzir alimentos gordurosos, também deve maneirar no consumo de sal e bebidas alcoólicas, já que são opções que aumentam a pressão e a gordura no sangue.
Dieta cetogênica
Sucesso entre celebridades, como as irmãs Kardashian, Vanessa Hudgens, Megan Fox e Halle Berry, a dieta Keto ou cetogênica já está sendo considerada o hit do verão brasileiro para quem quer perder peso em pouco tempo.
O cardápio consiste em reduzir drasticamente a ingestão de carboidratos e aumentar o consumo de alimentos ricos em gorduras e proteína. Por cortar a principal fonte de energia, o corpo entra em estado de cetose, quando o organismo utiliza a própria gordura.
Verduras, legumes e frutas que são fonte de gordura, como o abacate e o coco estão liberados. Outros alimentos que contém gordura como: banha de porco, creme de leite, manteiga, azeite e oleaginosas, assim como carnes e queijos também fazem parte da dieta.
Por ter um consumo baixo de carboidrato, menos de 50g ao dia, a dieta é eficiente no quesito perda de peso, mas o cardiologista Diego Garcia explica que devido ao alto consumo de gorduras saturadas, a dieta cetogênica está associada a um aumento do colesterol ruim, que pode resultar em aumento de doenças cardiovasculares, por isso não é indicada para pessoas com cardiopatias e seu início sim como o acompanhamento, devem ser orientados por profissional especializado.
“Mesmo sendo baseada em gorduras boas, há também a ingestão de gorduras ruins na dieta. O colesterol LDL alto pode se acumular nas artérias do corpo, incluindo as coronárias, aumentando o risco de infarto”, comenta o especialista.
Paleolítica
A dieta recebe esse nome por seguir uma base de alimentação do período Paleolítico, com um consumo alto de carne, frutos, sementes, raízes e tubérculos. Assim como as outras dietas, há uma restrição do consumo de carboidratos. Também é indicado fazer um jejum prolongado de 16 até 24 horas.
Os defensores da dieta alegam que a agricultura é muito recente e por isso o nosso corpo não está adaptado a esse grupo de alimentos, como grãos, óleos, produtos processados e laticínios.
“Se você busca reduzir o colesterol, talvez essa não seja a melhor dieta devido ao alto consumo de carne vermelha”, lembra o cardiologista Diego Garcia.
Dieta mediterrânea
Já conhecida pelos seus diversos benefícios, a dieta mediterrânea foi considerada o melhor plano alimentar de 2019, de acordo com o relatório anual US News and World Report. Ela também foi classificada como a mais fácil de ser seguida, por não exigir nenhum cardápio específico.
A alimentação é baseada em grãos integrais, vegetais, frutas e dá atenção ao azeite de oliva. A carne vermelha aparece em pequena quantidade e há uma preferência pelo peixe. Alimentos industrializados, açúcar e manteiga são deixados de lado do cardápio.
“A combinação desses alimentos já se mostrou eficiente para reduzir problemas cardiovasculares em até 30%. Além disso, por ser rica em alimentos de gordura poli-insaturada, ela é capaz de reduzir os níveis de colesterol ruim, o LDL”, afirma Diego.
Ele ainda afirma que além da dieta, é preciso adotar outros hábitos, como a prática de atividade física, largar o tabaco, reduzir álcool, sódio e processados. “Um cardápio que priorize alimentos naturais sempre vai ser a melhor opção para quem quer manter a saúde do coração em dia”, finaliza.
*Dr. Diego Garcia é medico cardiologista com área de atuação em cardiologia geral, ecocardiografia, cardio-oncologia, medicina preventiva e medicina do estilo de vida.