Cidade de SP terá mais de 1 mil ônibus elétricos operando em 2023
A SPTrans, empresa que administra o serviço de transportes com ônibus na cidade de São Paulo, divulgou que vai incorporar à sua frota 1.166 veículos elétricos neste ano.
A medida visa melhorar a matriz energética do transporte coletivo na Capital, uma vez que o transporte rodoviário é um dos causadores da poluição do ar. O número de ônibus elétricos em operação na cidade é de apenas 220 atualmente, contra uma frota de 13,3 mil ônibus a combustão. Dos atuais elétricos, 201 são trólebus e 19 são movidos a bateria, e destes últimos um está em fase de testes.
O prefeito Ricardo Nunes determinou que a renovação da frota será feita apenas ônibus elétricos, o que significa que os veículos movidos exclusivamente a diesel não poderão mais ser comprados pelas empresas que operam na cidade. Além disso, outra regra em vigor determina que coletivos com mais de dez anos não podem circular na capital.
A única exceção em relação a essa regra fica por conta dos miniônibus, já que não há oferta desses veículos com esse tipo de tecnologia no mercado.
Além dos 1,1 novos veículos elétricos que chegarão em 2023, no próximo ano, a Prefeitura também vai incorporar mais 516 veículos deste tipo à frota. De acordo com a SPTrans, algumas concessionárias não apresentaram ainda seus pedidos e, portanto, esse número tende a crescer gradativamente. A meta de Ricardo é incorporar 2.600 até o fim de 2024.
Regra gerou reação
A decisão não agradou as empresas de ônibus, que disseram que foram pegas de surpresa e já afirmaram que a nova exigência aumentará os custos do serviço, o que deverá refletir na tarifa e nos subsídios repassados pela administração municipal.
Em dezembro, a gestão Ricardo Nunes anunciou que vai manter a tarifa em R$ 4,40. O Prefeito diz esperar que a troca por veículos elétricos possa ser impulsionada por meio de um financiamento, que poderá ser do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Diante da iniciativa da Prefeitura de impedir a renovação da frota com veículos a diesel, o Ministério Público instaurou inquérito civil para investigar Ricardo.
O inquérito foi aberto em novembro pelo promotor de Justiça Paulo Destro, da Promotoria do Patrimônio Público e Social da capital. A Promotoria suspendeu a investigação devido a um recurso apresentado pela Prefeitura de São Paulo. O pedido será julgado pelo Conselho Superior do Ministério Público, o que não tem prazo para ocorrer.
Por Joe Silva – Gazeta de SP
