43 mil moradores de SP não têm banheiro em casa, aponta estudo

Cerca de 43 mil pessoas do estado de São Paulo vivem sem um banheiro dentro de casa. É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado na quinta-feira (16), feito em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica e o CEBDS – Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. São cerca de 24 mil casas que não dispõe de um banheiro de uso exclusivo.

Neste domingo (19), é celebrado Dia Mundial do Banheiro — data criada para chamar atenção para a importância do acesso a banheiros e ao esgotamento sanitário.

O estudo também analisou a privação dos paulistas a outros serviços de saneamento básico. A falta de reservatório de água, por exemplo, afeta 8,5% das residências do estado: são 3,8 milhões de pessoas sem caixa d’água ou outro tipo de reservatório de água potável em casa.

Além disso, 6,9% das residências têm uma frequência insuficiente de recebimento de água potável. Isso significa que a rede geral de água não é a principal forma de abastecimento dessas casas, ou que elas não recebem água diariamente. Essa situação afeta mais de 3,3 milhões de paulistas.

Em todos os serviços de saneamento básico analisados no estudo, o estado de São Paulo tem resultados melhores que a média nacional. Inclusive, São Paulo é o melhor estado do Brasil em relação ao acesso à rede de água e ao tratamento de esgoto.

Ainda assim, 6,5% dos domicílios no estado não têm coleta de esgoto e 3,4% não estão ligados à rede de água. Isso significa que 3,1 milhões de paulistas não têm rede de esgoto em casa e 1,6 milhão não têm água.

Segundo a presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, a falta de acesso a esses serviços impacta diretamente na saúde da população, além de causar uma série de outras consequências.

“Quando a gente fala de não ter água tratada e não ter coleta de esgoto, a gente fala de uma série de doenças como dengue, esquistossomose, leptospirose, a própria diarreia. Isso vai impactar a vida das pessoas, vai trazer uma série de internações, vai diminuir a produtividade da população, porque a população fica mais doente”, explica Luana. De acordo com a especialista, quando esses problemas afetam as crianças, por exemplo, a escolaridade é afetada e, consequentemente, a renda futura dessa população.

Por Amanda Lüder, GloboNews