98% dos produtos ultraprocessados no Brasil têm ingredientes nocivos

Um estudo desenvolvido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens-USP), apontou que 98,8% dos 10 mil produtos ultraprocessados analisados, possuem sódio, gorduras e açúcares livres em excesso — além de aditivos que realçam cor, sabor ou textura.

Na chamada Classificação Nova, os alimentos ultraprocessados “não são propriamente alimentos, mas, sim, formulações de substâncias obtidas por meio do fracionamento de alimentos” segundo o Nupens.

Como exemplo de ultraprocessados temos os refrigerantes, salgadinhos de pacote, pães e outros panificados embalados, margarina, bolachas, doces, chocolates, cereais matinais e misturas para a preparação de bebidas com sabor frutas.

Segundo o estudo 97,1% dos alimentos classificados como ultraprocessados têm pelo menos um ingrediente crítico em excesso — sódio, gorduras e açúcares livres. Quanto aos chamados aditivos cosméticos que são utilizados para realçar a cor, o sabor ou a textura; a presença é de 82,1%.

Com o percentual de alimentos com ingredientes críticos em excesso e aqueles com aditivos cosméticos, o índice de alimentos com potencial para causar problemas é de 98,8%, uma vez que há alimentos que apresentam as duas características e outros que têm apenas uma delas.

Ao realizar uma comparação entre rótulos de produtos idênticos de uma mesma marca, porém comercializados em diferentes países nota-se a discrepância nas regulamentações dos mesmos.

Um estudo conduzido em 2012 pelo Center for Science in the Public Interest dos Estados Unidos analisou refrigerantes da mesma empresa vendidos em diversas nações. Os resultados indicaram que no Brasil, por exemplo, certos produtos apresentam até 66 vezes mais de uma substância potencialmente cancerígena relacionada ao corante, em comparação com os Estados Unidos.

Essa situação pode ser revertida, embora seja um processo desafiador.

Para tanto, é necessário conscientizar os consumidores, melhorar o poder de compra da população, implementar regulamentações que incentivem escolhas mais saudáveis e também promover uma abordagem ética na produção de alimentos.

Por Caciane Souza – iG
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