Alta nos preços faz consumidor de Cotia diminuir compra de leite e derivados como queijo

Por Bruna Santana – Repórter Cotia Agora

Muitos consumidores do país tem se assustado com os preços do leite e seus derivados, principalmente os queijos, que tiveram um grande aumento e que está fazendo que as pessoas mudem seus hábitos e reduzam a compra de alguns produtos.

A alta nos preços é devido ao baixo estoque dos produtores e, apesar de órgãos de defesa do consumidor apontarem aumento de até 5%, o que a população tem visto é muito mais que isso, com, por exemplo, aumento de até 25% em alguns supermercados.

A caixinha de leite estava com preços em mercados de Cotia entre R$ 3,39 a 3,99 das marcas mais populares. Hoje, os valores estão entre R$ 4,19 e R$ 4,79, mesmo com algumas promoções e ofertas.

Os queijos mais consumidos, como mussarela e prato, também tiveram alta. A média do quilo nas balanças dos mercados era entre R$ 25,90 e R$ 32,90. Agora está entre R$ 35,80 e R$ 40,80. Até no atacado o aumento foi em demasia, já que em um atacadista da cidade se comprava queijo em peça por R$ 17,90 o quilo e agora está (a marca mais barata), R$ 30,90.

O aumento nos preços está fazendo os consumidores mudarem seus hábitos na hora da compra, diminuindo a quantidade ou simplesmente deixando de comprar, principalmente os laticínios como queijos.

Algumas pessoas ouvidas pela reportagem do Jornal Cotia Agora relataram que só estão comprando queijo uma vez por semana ou em 15 dias. Já quem bebe leite diariamente, não tem como deixar de comprar e está sentindo no bolso a alta dos preços.

Entenda o aumento

Após altos e baixos do preço do leite durante o auge da pandemia de coronavírus no Brasil entre março e maio deste ano, a tendência de alta do preço da matéria prima deve se manter em trajetória ascendente no início de setembro, segundo Carta de Conjuntura Agropecuária divulgada nesta semana pelo Ipea. Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020, a média do preço pago ao produtor registrou valorização de 3,2%, de acordo dados do indicador calculado pelo Cepea e acompanhado pelo instituto.

“A oferta reduzida no campo em junho e o aumento da competição entre indústrias devido à necessidade de se refazer estoques de derivados lácteos sustentou o movimento de valorização desses produtos, levando à alta do leite ao produtor também em julho”, explica o Ipea em nota. No caso dos queijos, o menor consumo em abril, logo após o fechamento de bares e restaurantes, levou à diminuição dos investimentos da indústria em geração de estoques.

A decisão gerou um efeito cascata, com queda do preço pago ao produtor e menor captação de leite em maio, reduzindo ainda mais os estoques brasileiros de lácteos. “Adicionalmente, agentes de mercado consultados pelo Cepea informaram que houve aumento da demanda por derivados lácteos devido aos programas de auxílio do governo federal. Nesse cenário, os preços dos lácteos foram favorecidos, implicando em aumento do preço ao produtor em junho”, explicam os pesquisadores do Ipea.

O mercado de queijos segue com cenário ainda firme e indústria sem estoque. Há empresas com carteira até meados de setembro. Há alguns relatos de dificuldade de repasse de preços.

Da Redação com informações do Globo Rural e milkpoint