Bancários de São Paulo decidem encerrar greve

Categoria aceitou reajuste de 10% e alta de 14% no vale-refeição. Paralisação foi iniciada no dia 6 e outubro e durou 21 dias.

Após 21 dias de paralisação, os bancários de São Paulo, Osasco e Região decidiram, em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira (26), encerrar a greve da categoria, iniciada no dia 6 de outubro, informou a assessoria de imprensa do sindicato. A categoria retorna ao trabalho nesta terça-feira (27).

Em Cotia as agências do Banco do Brasil, Caixa e o Bradesco do Portão aderiram à greve.

Os bancários das instituições privadas e também os da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil decidiram em suas assembleias seguir a recomendação do comando nacional da greve e aceitar a última proposta feita pelos bancos no sábado.

Assembleias acontecem nesta segunda-feira em todas as bases sindicais da categoria no país. Embora a tendência seja de fim da greve em todo o país, a decisão de cada assembleia regional é soberana.

Reajuste salarial de 10%
A última proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) ofereceu reajuste salarial de 10%, aplicáveis aos salários, benefícios e participação nos lucros, além de correção de 14% no vale-refeição e no vale-alimentação.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os bancos aceitaram também abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas. Assim, após a volta ao trabalho, os bancários irão compensar, no máximo, uma hora por dia útil, até o dia 15 de dezembro.

Inicialmente, os bancos ofereceram um reajuste de 5,5%, enquanto os bancários reinvindicavam uma correção de 16% nos salários.

“A nova proposta da Fenaban, apresentada no 19º dia da greve, significa a manutenção do modelo que vinha sendo colocado em prática nos últimos anos, de reposição integral da inflação mais aumento real e abono parcial dos dias parados”, informou a Contraf, em nota.

Em 12 meses, até setembro, a inflação acumulada chegou a 9,77%, segundo o IPCA-15, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A greve da categoria entou nesta segunda-feira em seu 21º dia. Durante a paralisação, mais de 12 mil das 22.975 agências instaladas no país chegaram a fechar as portas para o público.

Greves em 2013 e em 2014
No ano passado, os bancários fizeram uma greve entre 30 de setembro e 06 de outubro. Os trabalhadores pediam em reivindicação inicial reajuste salarial de 12,5%, além de piso salarial de R$ 2.979,25, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247 e 14º salário. A categoria também pedia aumento nos valores de benefícios como vale-refeição, auxílio-creche, gratificação de caixa, entre outros. A greve foi encerrada após proposta da Fenaban de reajuste de 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 9% nos pisos e 12,2% no vale-refeição.

Em 2013, os trabalhadores do setor promoveram uma greve de 23 dias, que foi encerrada após os bancos oferecerem reajuste de 8%, com ganho real de 1,82%. A duração da greve na época fez a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) pedir um acordo para o fim da paralisação, temendo perdas de até 30% nas vendas do varejo do início de outubro.

Do G1