Bióloga Tatiana Silva e a Ocitocina: o hormônio do amor

Conhecida como hormônio do amor, a ocitocina é produzida principalmente pelo nosso cérebro, e responsável por outras diversas reações do nosso organismo.

É o hormônio responsável pelas contrações uterinas na hora do parto, pela liberação de leite na amamentação e muito importante nas relações humanas pois é ele que cria as sensações de bem estar nas interações sociais e físicas como, por exemplo, durante um abraço e até mesmo durante o sexo.

Na hora do parto, a ocitocina promove as contrações de uma forma ritmada até que o bebe nasça e diminui a ocorrência de hemorragia pós parto. Em algumas mulheres, o trabalho de parto não chega a ser espontâneo, precisando assim ser induzido com ocitocina sintética que é injetada na corrente sanguínea , acelerando o processo. O problema da ocitocina sintética, é que seu uso indiscriminado pode gerar riscos para a mulher e para o bebê, portanto deve ser administrada em pequenas doses.

Para a sobrevivência dos mamíferos é essencial que a mãe comece a nutrir seus filhos, e a ocitocina é a responsável pela liberação do leite na amamentação. Ela faz com que os músculos ao redor dos alvéolos da glândula mamária sejam contraídos, permitindo que o leite percorra até o mamilo. Assim o leite flui com mais facilidade e há o estabelecimento de um vínculo muito forte entre a mãe e o filho, pois o hormônio estimula os neurônios no cérebro ligados a emoção e prazer.

Nos homens, a ocitocina é liberada durante as interações sociais e físicas e os tornam menos agressivos e mais sensíveis e generosos. Porém a testosterona, outro hormônio presente no organismo dos homens, pode diminuir sua ação.

Estudos feitos por pesquisadores americanos mostram que a ocitocina também atua na relação entre cães e humanos. Uma troca de olhares entre um cão e um humano, ou uma lambida já libera uma quantidade considerável de ocitocina. E quanto mais o cão se mostra atencioso, mais ocitocina é liberada, ou seja, a sensação de prazer que temos ao contato com um animal de estimação gera grandes reações bioquímicas em nosso organismo.

*Tatiana Silva é graduada em Ciências Biológicas pela UMC- Universidade de Mogi das Cruzes e escreve mensalmente no Cotia Agora.