Cassius Klay traz ”As Múltiplas Camadas do Ser”, seu segundo disco
Cassius Klay está lançando na sexta-feira (1), pelo selo Paraíso que Sonhei Records, no formato digital (plataformas de música), seu segundo disco, As Múltiplas Camadas do Ser, o sucessor de Real ou Irreal (2023).
Traz seus últimos 99 singles, sendo que 7 desses passaram pelo processo de remasterização e até mesmo overdubs em algumas faixas, o álbum vem acrescido de uma faixa-bônus, A Terra, o Céu e o Mar (gravada com Ark2 e Bruno Morais).
Para celebrar, no dia 16 de novembro, Cassius Klay se apresentará e lançará este álbum no prestigiado Ummagumma Classic Rock Festival 6º edição, em um palco de grande estrutura, acompanhado por uma super banda formada com amigos e parceiros (Felipe Kuringa, Heitor Branquinho, Fernando Marchetti e Eduardo Mendonça) em Três Pontas(MG), Cassius diz “tenho canções com cada um dos quatro que estarão comigo, sou fã, meus brothers, vamos inflamar tudo”.
Natural de Belo Horizonte e conectado com a cidade há 25 anos, Cassius Klay se recorda que o vínculo nasceu no crucial ano de 1999, quando foi morar em uma república formada por amigos e estudantes de TP e estes fizeram a ponte que fez brotar a parceria Cassius Klay e Ark2, tudo isso já num primeiro instante enquanto cursava Direito em Poços de Caldas. Nesse período, começou a tocar na noite e realizou suas primeiras gravações em estúdio profissional.
De lá para cá, muita água passou por debaixo da ponte e Cassius Klay se tornou um artista e compositor com crescente presença no rádio, “criei uma considerável rede de contatos, desenvolvi um verdadeiro trabalho de escritório, minhas canções já tocaram em todas as partes do Brasil, de Rio Branco a Uruguaiana, nos extremos de nosso país, e sem essa de pagar Jabá, existem ainda muitos radialistas que simplesmente escutam sua música, e se gostarem vão inserir na programação” e continua “olha, tenho captadas transmissões em mais de 300 emissoras de Rádio, está tudo lá no meu Instagram” se orgulha e arremata “por causa do Rádio fiz amigos pelo Brasil todo, Teresina, Joinville, Corumbá, Teixeira de Freitas, Caieiras, Pirapora, Porto Seguro, José Bonifácio, Parnaíba, João Pessoa… A lista é grande, melhor parar” se auto censura em tom de brincadeira, Cassius Klay.
Faixa à faixa – As Múltiplas Camadas do Ser por Cassius Klay
Deserto Árido (e assim vem o sol) – A primeira parte da canção foi inspirada no George Harrison e em My Sweet Lord, já a parte final foi pensando em Beto Guedes e O Sal da Terra. Gravei essa com Guilherme Cabral (LaTuya, 34 Blues, Gabriel Guerra) no baixo, teclados e guitarra base e na bateria Ricardo Costa (Monday Talks), eu fiz os solos de slide-guitar. A canção traz uma metáfora sobre o excesso de luz, que pode cegar a quem a ela for acometido. Uma memória marcante foi quando cantei no violão Deserto Árido na casa de Jorge Vercillo, em um encontro com Milton Nascimento (fui com ele), Pedrinho do Cavaco, Dudu Falcão e outros convidados.
Pro bem DNA Terra – Compus há muitos anos quando morava em Poços de Caldas, inspirado por uma reportagem sobre o futuro da camada de ozônio. Durante a composição, ao avistar um beija-flor em meio a outros na varanda, tive um momento de conexão com o pássaro e com a natureza, que me motivou a finalizar a canção. Importante destacar o Felipe Kuringa (Ark2, O Bando), que tocou a maior parte do instrumental nessa canção, além da guitarra-solo (tem vários de seus solos no álbum), gravou baixo, violão, backing vocal, guitarras. Bruno Morais, Renata Diniz e James Cabral também estão no coro. E aí, o que você fez hoje para o bem na Terra?
O Colar de Bárbara – Compus após uma inspiradora noite musical no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG). Na ocasião com apresentações de Ismael Tiso, Tutuca, Clayton Prosperi e da cantora Bárbara Barcellos (que também admiro). Desenvolvi a parte musical e então convidei João Marcos Veiga (letrista, jornalista, músico…), também presente na noite anterior, para cuidar da letra. Naturalmente tive que chamar Tutuca, Clayton, Ismael e Fernando Marchetti, que juntos formam o supergrupo Compasso Lunnar, eles foram os responsáveis pelos arranjos e ainda criaram um belo interlúdio no meio da canção. Muita influência do Som Imaginário, Lô Borges, Dave Mason e Yes.
Diamante num Jardim – Eu acredito no poder da música, vou morrer crendo na força que uma canção pode exercer.
Escrevi essa canção que contém 20 acordes (risos), algo inconcebível até então! Diamante num Jardim tem um lance Milton Nascimento nos anos 2000, de seu álbum Pietá. Gravei com a turma de Poços, Guilherme Cabral nas guitarras e baixo, Rodrigo de Almeida nos teclados e João Paulo Ayres na bateria.
A Gata Azul – A canção reflete o desejo que tive por uma mulher que amava felinos, e transformei essa inspiração em uma letra que descreve “uma gata em forma de gente”. A música tem um tom animado e leve, mas com toques de sensualidade. Os Titãs e Sonífera Ilha são as referências aqui. Para a gravação, trouxe meus velhos amigos do Ark2 para mandar um rock’n’roll de primeira. Guitarra, baixo, bateria com Felipe Kuringa, Bruno Morais e Paulo Loures, e inflamar o ambiente.
Bem me quer, Mal me quer – Enquanto compunha a música, apenas deixando fluir a parte musical, tem certos ecos harmônicos de Dois Rios e do Skank. A letra foi feita em parceria com Heitor Branquinho, aqui dissertamos sobre os extremos entre o querer bem e a repulsa. Heitor toca o violão e canta a maior parte da canção, eu faço a voz principal em uma das estrofes, além de todos os b.vocals e da mais elaborada slide-guitar que já gravei, bem na vibe da carreiro-solo do George Harrison. Além de Fernando Marchetti (bateria) e Guilherme Cabral que faz referência à Feira Moderna (Beto Guedes/Lô Borges/Fernando Brant) com sua linha de baixo.
Tragam as Crianças Estelar – Essa foi uma canção totalmente escrita meio a meio com Fernando Marchetti. A letra clama por uma intervenção intergaláctica embasada na pureza e na utopia, tem influência de Lô Borges e do Clube da Esquina. É uma canção com mensagem apocalíptica, sua estrutura cadencia tudo em um vislumbre do que pode estar por vir.
Na gravação somos eu (Slide-guitar e todas as vozes), Fernando (bateria, guitarra solo e base) e Guilherme Cabral (baixo).
Água Viva – O álbum começa aqui, escrevi “Água Viva”, uma pequena homenagem ao mestre Milton Nascimento, até então eu só compunha Rock, mas neste momento as coisas mudaram, Milton, Lô Borges, Beto Guedes e o Clube da Esquina entraram de vez no meu DNA, veja esse trecho, “..canta tudo aquilo que o povo todo sonha e ponha, alegria, pão e vinho, amor no coração”, claramente ela foi feita para o Bituca (apelido de Milton), e ainda tem essa dinâmica inconscientemente inspirada em Credo (Milton Nascimento/Fernando Brant). Ismael Tiso além do coro toca todos os instrumentos com a exceção do solo de flauta que foi o Clayton Prosperi.
A Terra, o Céu e o Mar – Aqui a cada verso apresentado eu quis citar de uma forma inusitada cada um dos planetas do nosso sistema solar. Essa nova versão eu canto a primeira parte que é mais espacial e na sequência Bruno Morais (Ark2, Ummagumma -The Brazilian Pink Floyd, O Bando) cantou na parte onde a música evolui para se transformar em um rock mais pesado com influência do Led Zeppelin e de Stairway to Heaven. A letra é pretensiosamente um ultimato aos terráqueos. Novamente aqui o Ark2 cuidando do instrumental, Ismael Tiso fez o órgão e um dos violões, já o Clayton Prosperi se juntou a mim e ao Felipe Kuringa no coro. Essa é a faixa totalmente inédita que figura no álbum!
Paraíso que Sonhei – Em um sonho tive a visão do paraíso: vastos gramados verdes, colinas e três pequenos castelos coexistindo em harmonia à direita. À esquerda, um disco voador parado em uma gruta então eu resolvi entrar na nave, até que alguém chegou, claro me preparei para um confronto. No entanto, três meninos com cerca de 11 anos se puseram a minha frente, abaixei a guarda, ouvi suas explanações e orientações, embora não me recorde de nenhuma palavra. O sonho me deixou profundamente emocionado e perplexo, influenciando na criação dessa música, que tanto gosto. A letra versa sobre os paradoxos da união e da desunião e sobre a esperança em tempos melhores, sobretudo hoje com esses conflitos entre as nações. Estou na Slide-guitar do começo ao fim da canção e o Ark2 incendiando mais uma e o toque do piano do Clayton Prosperi.
As Múltiplas Camadas do Ser – Cassius Klay,
Dia 1 de novembro, sexta-feira, estará disponível nas plataformas de música.