Chega a 200 os casos de meningite nas cidades da região oeste, incluindo Cotia

Os números de casos da meningite nas cidades da região oeste já chegaram a 200, com 10 mortes, segundo matéria publicada pelo jornal Giro S/A.

Embora não seja considerada um surto, doença é grave e deve ser combatida por meio da vacinação. Barueri totaliza 44 casos e quatro mortes, seguida por Carapicuíba, com 28 casos e uma morte.

A baixa taxa de imunização contra algumas doenças, como a meningite, é a principal causa para o aumento do número de casos e mortes no País. Em São Paulo, embora ainda não seja considerado um surto pela Secretaria Estadual de Saúde, a meningite continua a vitimar pessoas e precisa ser combatida com a vacinação.

De acordo com dados fornecidos pela Saúde à reportagem do Giro, em 2022, foram registrados 2.902 casos de todos os tipos de meningite e 295 óbitos em todo o estado de São Paulo, 28% a menos se comparado com o ano de 2019, pré-pandemia, onde foram registrados 403 óbitos pela doença e 56% a menos nos casos, com 6.699 registros no mesmo ano.

Nas cidades da região oeste da Grande São Paulo, vizinhas de Cotia, até o momento, 200 casos foram registrados e 10 mortes para todos os tipos de meningite, sendo: Barueri (44 casos e 4 mortes); Carapicuíba (28 casos e 1 morte); Cotia (26 casos e 2 mortes); Itapevi (26 casos); Jandira (6 casos); Osasco (63 casos e 3 mortes); São Roque (4 casos); e Vargem Grande Paulista (3 casos).

Tipos de meningite

  1. Viral. Atinge pessoas a partir dos 15 anos de idade e é mais frequente no verão. Os principais vírus associados à meningite viral são os enterovírus, como o Coxsackie e o poliovírus, o vírus Epstein-Barr e o vírus do herpes;
  2. Bacteriana. É mais grave que a viral e provoca a inflamação das meninges por bactérias como Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae, Mycobacterium tuberculosis e Haemophilus influenzae;
  3. Fúngica. Mais comum e que atinge pessoas com o sistema imunológico comprometido devido à idade ou doença crônica. É causada pelo fungo Cryptococcus sp e Coccidioides sp, ou Candida sp ou Aspergillus SP;
  4. Eosinofílica. Tipo raro, causado causada pela infecção pelo parasita Angiostrongylus cantonensis, que infectam lesmas, caracóis e caramujos. As pessoas se tornam infectadas ao consumir a carne de animais contaminados com o parasita ou com secreções desses animais;
  5. Asséptica. Tem causas não infecciosas, como pancadas fortes, drogas diversas e até alguns tipos de doenças crônicas, como lúpus ou câncer.

Sintomas
Febre acima de 38ºC; Dor de cabeça intensa; Manchas vermelhas no corpo; Rigidez no pescoço, com dificuldade para encostar o queixo no peito; Hipersensibilidade à luz; Sonolência excessiva com dificuldade para acordar; Confusão; Convulsões.

Em bebês e crianças pequenas provocam choro alto, irritabilidade, dificuldade para movimentar a cabeça e, moleira tensa, parecendo estufada.

Imunização
As vacinas contra a meningite estão permanentemente disponíveis nos postos conforme o Calendário Nacional de Vacinação, definido pelo Ministério da Saúde, bem como para profissionais de saúde também. Neste ano, a cobertura vacinal para meningite foi de 71,7%, bem abaixo dos 95% preconizados pelo Programa Nacional de Imunizações.

A vacina Meningo ACWY é recomendada na rotina para adolescentes de 11 e 12 anos e, recentemente, o Ministério da Saúde liberou para uso temporário, até setembro de 2023, para adolescentes de 13 e 14 anos. A meningo C está liberada para crianças menores de 5 anos na rotina e, de forma temporária, para crianças de 5 a 10 anos e para trabalhadores da saúde.

Do Jornal Giro S/A – Foto: Luna Normand Rocha