Lucio Cândido Rosa: Os animais e a Espiritualidade

Você deve ter em casa o seu gato, seu cachorro ou outro animal de estimação. Teria ele uma alma como você?
Muitos de nós, ainda temos o péssimo costume de tratar nossos animais como se fossem irracionais. Porém, é mais racional e inevitável concluir que são encontradas neles faculdades fora do comum, que demonstram uma psiquê animal, garantindo a sobrevivência após a morte do corpo material.

Sendo assim, através desse novo conceito, concluímos que tanto na condição de encarnado como desencarnado, o animal possui uma alma, conservando a individualidade a caminho de sua evolução.
A inteligência que lhe dá certa liberdade de ação, comparada a nossa, está num estágio bem primitivo.
Sobrevivendo à morte do corpo que habitou, a alma deles será levada para a espiritualidade, numa espécie de erraticidade, não podendo ser chamado de espírito errante, pois não tem ações erradas a expiar, e nem livre-arbítrio para escolher a espécie em que vai reencarnar.

Os Espíritos incumbidos dessa tarefa, programarão rapidamente sua nova encarnação.
O que muitos não entendem, é que eles, como nós seres humanos, também estão destinados a trilhar uma linha progressiva. Consequentemente, em mundos superiores encontram-se mais adiantados, comunicando-se de maneira mais avançada.
Mesmo assim, ainda serão inferiores e submissos ao homem, sendo para eles seus servidores. Temos como exemplo em nosso meio, o cão, o cavalo, o elefante etc., todos dotados de características apropriadas aos trabalhos que desenvolvem.
Estas considerações nos dão a entender que depois de uma longa fase de sua existência, poderemos encontrar Espíritos de animais, dando os seus primeiros passos no Reino Hominal, numa fase primitiva, como foi o Australopitecos.

A inteligência que possuem, é um atributo deles numa condição bastante inferiorizada, hora vivendo em função dela ou de seu instinto, que é uma força oculta, que lhes faculta atos involuntários para sua conservação.
Nesse caso não há reflexão, combinação ou premeditação, como por exemplo, quando procuram um abrigo, comem, respiram etc., mostrando uma característica diferente daquela quando se vê obrigado a usar a inteligência em outras situações.

A consciência de nossos queridos animais, vem se desenvolvendo lentamente de forma imperceptível, pois em cada fase de seu processo evolutivo, nos reinos inferiores da natureza, vão interiorizando lições que lhes servirão de base por toda a eternidade.
E é nesse processo de desenvolvimento, que por exemplo a cadela, lambendo seus filhotes, aprende a forma rudimentar do amor; o macaco guinchando, organiza a faculdade da palavra etc.
Isso tudo acontece porque, as ondas de seus pensamentos são fragmentadas. O cérebro deles é órgão sagrado de manifestação da mente em trânsito da animalidade primitiva para a humana, a caminho da espiritualidade.

Eles estão sujeitos a sofrimentos como: infecções, parasitoses, cânceres etc., não sendo uma expiação, como muitas vezes, é para nós seres humanos, mas sim uma fase de aprendizado, cujas situações não têm nada a ver com o seu passado.
Para muitos animais, somos vistos como divindades.

Ilustra-se a história de que um peixinho disse para o outro: – “Se Deus não existe, quem é que troca água de nosso aquário? ”
Contudo, que jamais abusemos da superioridade que temos sobre eles para oprimi-los, tratando-os como irmãos independente de sua condição, pois todos estão contribuindo para que tenhamos uma vida saudável, como faz a abelha que polemiza, o cão que guarda, a minhoca que ara a terra.
Alguns animais estão ligados a uma pessoa ou a uma família inteira, sendo verdadeiros serviçais, trabalhando sem receber nada em troca de seus esforços, merecendo assim nosso respeito.

Muitos, após desencarnarem, reencarnam no mesmo seio familiar, como foi o caso relatado por Divaldo Franco, um dos grandes divulgadores do Espiritismo no Brasil.
Ele conta a história de Don Pedrito, um cachorro adotado por Chico Xavier, que após a morte reencarnou como Brinquinho, voltando a seu antigo dono.

André Luiz, em várias de suas obras psicografadas por Chico Xavier, nos traz relatos de animais, colaborando no regaste de desencarnados em zonas inferiores, na espiritualidade.

A zoologia já aceita as informações dadas pelo Espiritismo, colocando em publicações de vários autores, assegurando que os animais são seres sencientes, ou seja, que sentem e tem sensibilidade.
Seu sistema nervoso é comparado ao do homem. Possuem a medula espinhal, tronco encefálico e cérebro, cuja diferença para cérebro humano é a proporção quantitativa e não qualitativa.

Muita paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]