Comércio demite 13 mil trabalhadores em 1 mês no estado

A crise nas vendas também se reflete no mercado de trabalho do comércio paulista. Em fevereiro, o setor fechou 13 mil vagas com carteira assinada. É o que aponta pesquisa divulgada ontem pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Ainda segundo a entidade, esse foi o pior resultado, para o mês de fevereiro, desde 2007. Com mais esse resultado negativo, apenas nos dois primeiros meses deste ano já foram eliminadas 33.441 vagas no setor. Esse número já equivale à metade de todas as demissões registradas no ano passado, que somaram 60 mil. Além disso, nos últimos 12 meses, o “facão” cortou 60.527 empregos.

Nesse cenário, o estoque de trabalhadores do varejo paulista atingiu 2.096.588 no mês, o patamar mais baixo desde julho de 2012, quando estava em 2.082.953. O levantamento, de acordo com a federação, tem como base dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Dentre nove atividades pesquisadas, sete apresentaram queda no estoque de empregos na comparação entre fevereiro e o mesmo mês de 2015. Os destaques negativos foram registrados nas atividades de concessionárias de veículos (-8,8%) e de lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamento (-7,1%). Apenas os segmentos de farmácia e perfumarias (2,6%) e supermercados (0,8%) apresentaram elevação nos estoques de funcionários.

Já em relação aos dados por ocupações, as funções que mais perderam vagas em fevereiro foram os vendedores e demonstradores, com 5.282 postos de trabalho a menos. O segundo posto com maior redução de vagas foi o de caixas dos estabelecimentos, que viram seu mercado reduzido em 1.885 vagas, seguido pelos escriturários contábeis e de finanças (-1.291 empregos).

Em nota, a Fecomercio afirma que o nível de emprego está diretamente relacionado ao desempenho de vendas dos estabelecimentos comerciais e, neste ano, com inflação e juros altos, além de desemprego avançando. Além disso, a entidade aponta “não haver perspectiva para recuperação do consumo, das vendas e, consequentemente, do emprego no varejo”.

A Entidade reforça que o saldo negativo observado nos primeiros meses do ano não resulta apenas do desligamento dos temporários contratados para o fim do ano, pois os poucos mais de 13 mil postos de trabalho criados no varejo paulista em novembro de 2015 foram fechados em dezembro, quando foram eliminadas 12.181 vagas.

Do Webdiario