Conheça a história da Gazeta, que completou 45 anos
Pequenina segundo os índices de audiência, a Gazeta possui uma história grandiosa que a coloca entre as principais emissoras brasileiras.
Completando 45 anos de existência neste domingo (25), a tevê paulistana possui a difícil missão de lidar com uma combinação indigesta: grandes ambições e pequeno orçamento.
Íntimo da população de São Paulo, o canal aposta numa programação simplória, mas variada, e dialoga com todas as camadas do público.
Numa reportagem especial, o RD1 conta um pouco da trajetória da emissora, revela algumas de suas histórias mais curiosas e traça o perfil de uma rede que conquistou espaço cativo no controle remoto de milhões de brasileiros.
O INÍCIO
Chegando à ‘meia-idade’, a Gazeta poderia ser muito mais velha, já que foi projetada pela Fundação Cásper Líbero desde a década de 50.
Inúmeras complicações orçamentárias e políticas, no entanto, impediram a emissora de nascer antes do ano de 1970. Em seu primeiro dia de vida, a Gazeta transmitiu ao vivo imagens da Avenida Paulista enquanto um locutor narrava um texto comemorativo.
Em seus primeiros quinze anos de vida, o canal passou por inúmeras fases, revezando-se entre conquistas e reveses. Algumas atrações obtiveram grande sucesso, enquanto outras passaram despercebidas pelo público.
Programas marcantes, porém, como o musical “Nelson Matsuda” e o infantil “A Turma do Pipoca” atuaram como precursores de formatos consagrados que foram adotados – e, em grande parte, copiados – por rivais de maior porte.
O CARRO-CHEFE
Atualmente comandado por Cátia Fonseca, o “Mulheres” não é apenas o campeão de audiência da Gazeta, mas figura também entre as mais tradicionais atrações da TV brasileira.
No ar desde 1980, o programa já foi apresentado por nomes como Claudete Troiano, Ione Borges, Leão Lobo, Márcia Goldschmidt, Christina Rocha e Clodovil.
Mesclando culinária, artesanato, informação, fofocas e dicas acerca de inúmeros assuntos, o “Mulheres” é a atração mais rentável e assistida da Casa, não obstante a simplicidade de sua fórmula.
Atualmente, Cátia é assessorada pela folclórica Mamma Bruschetta, personagem que sabe tudo sobre o mundo dos famosos. Humilde e objetivo, o programa é a síntese da busca da Gazeta pela proximidade com os seus telespectadores e, consequentemente, pela fidelidade dos mesmos.
FEITOS HISTÓRICOS
Aos 45 anos de idade, a Gazeta possui uma trajetória repleta de curiosidades e foi precursora e vanguardista de momentos históricos pouco conhecidos.
Em 1973, por exemplo, funcionários da emissora paulistana foram designados pelo governo brasileiro para irem até a Argentina e promover a primeira transmissão a cores da TV do país vizinho.
Repleto de emoção, o momento foi televisionado para o Brasil através da TV Tupi e, de forma marcante, a Gazeta entrou para a história da comunicação hermana.
Outra inovação promovida pela rede ocorreu em 1987, quando um grupo de jovens dominou as manhãs da Casa e lançou o “TV Mix”, programa que seria considerado o ‘embrião’ da MTV Brasil.
Feita à base do improviso, a atração ia ao ar por quatro horas e reuniu nomes como Astrid Fontenelle, Serginho Groisman, Emílio Surita, Patrícia Pillar (ela mesma!), entre outros.
A aposta no público jovem foi considerada revolucionária, principalmente numa faixa horária predominantemente dedicada às mulheres e às crianças.
O “TV Mix” chegou ao fim dois anos depois, mas sua existência deu início a uma nova forma de fazer TV que pode ser vista ainda hoje.
DIAS ATUAIS
Embora conte com um orçamento infinitamente menor do que o das rivais, a Gazeta chega a incomodar emissoras como Band, RedeTV! e TV Cultura em alguns momentos do dia.
Atrações tradicionais como “Mulheres” e “Gazeta Esportiva” seguem entre as maiores audiências da Casa, mas formatos inovadores também compõem a grade do canal.
À noite, Ronnie Von comanda o “Todo Seu”, programa elogiado pela crítica especializada e que reúne conteúdo diversificado e de alto nível. Outro destaque é o descontraído “A Máquina”, talk-show comandado por Fabrício Carpinejar.
De um modo geral, a audiência do canal oscila entre 0 e 2 pontos, índices distantes dos de outrora, mas a Gazeta possui dois planos bem delineados: voltar a se fortalecer em São Paulo – seu reduto histórico – e modernizar sua marca junto ao público jovem, grande esperança da rede que tem uma faculdade de jornalismo como seu “berço”.
Outras atrações como o “Vem Comigo” – jornalístico comandado pelo veterano Goulart de Andrade – e o “Revista da Cidade” – matinal que reúne notícias e prestação de serviços – ilustram os pilares de uma programação simples, mas, de um modo geral, bastante eficaz.
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