“Contos & Causos de Cotia”. Uma foto de 75 anos e muitas histórias
Por Beto Kodiak
Prometi há algumas semanas que voltaria com o ‘Contos & Causos de Cotia, mostrando fotos antigas da cidade e algumas histórias, como vinha fazendo desde 2004. Faltou tempo para revirar o arquivo, com quase duas mil fotos.
Nesta sexta-feira à noite, estava procurando um arquivo comercial, me deparei com algumas fotos antigas e resolvi recuperar uma que me chamou a atenção. Eu a publiquei no Orkut há 14 anos e tentei lembrar quem cedeu a imagem, mas a memória falhou. Peço que, se alguém for o dono (a) do arquivo, entre em contato.
É uma foto que já circulou pela internet após eu publicar no Orkut. É de 1944, a Rua Baptista Cepellos (sim, essa é a grafia correta, apesar da própria prefeitura errar em seus ‘textos’).
Quase esquina da Baptista Cepellos com o Largo Padre Seixas e a Avenida Professor Joaquim Barreto. Todos esses nomes das ruas ainda não eram oficiais na época que a foto foi tirada.
Aliás, somente em 26 de fevereiro de 1957, e prefeito da época, Carmelino Pires de Oliveira, nomeou o largo conhecido como João Diniz para Padre Seixas, além de oficializar a Joaquim Barreto entre o largo até o “perímetro urbano da cidade, na estrada de São Roque”, em frase contida na lei oficial de 57.
O destaque desta foto é o guarda (polícia da época) Joaquim Ruivo Filho, na porta da antiga delegacia, que ficava ali onde hoje (2019) é uma clínica odontológica.
À esquerda, a casa que aparece, no futuro se tornaria o Bar do Pedro Pinga. À direita no outro lado da esquina, hoje é o Auto Escola Fofão. A casa da esquerda era da avó do Pedro Pinga, Dona Antonieta. Por falar em Pedro Pinga, a venda (antigos empórios) do pai dele, Pedro Mathias Passos – o Pedro Piquira, ficava acima e não aparece na foto.
Neste mesmo trecho da rua, já que falamos de delegacia, também já foi a cadeia da cidade nos anos 70. Hoje tem um salão de cabeleireiros, e ali tinha umas três celas no quintal, em uma época que a criminalidade na cidade se resumia a roubos de galinhas, brigas em bar ou aquele bêbado que enchia o saco e era “convidado” a passar a noite em um confortável banco.

Aaahhh…só para constar. A lei que nomeia o largo e a avenida que citei acima, também dá nome ao “trecho” que hoje é avenida, Professor Manuel (sim, com u), José Pedroso, entre a Praça Joaquim Nunes, passando pela Estrada Velha de São Paulo, antiga raia.
Ou seja. A atual Avenida Professor Manoel José Pedroso começava ao lado do cemitério. Este trecho dali onde hoje é a Drogaria SP até a esquina da Doceria Fantasias.
Só que, em 8 de abril de 1957, este mesmo trecho citado, passa a se chamar Avenida Nossa Senhora de Fátima. E a lei de 1957 ainda cita que esta avenida se chamava Emílio Guerra, que havia sido prefeito entre 1948 e 1950, até o bairro da Ressaca……nossa….é muita informação e que vale uma pesquisa mais profunda, inclusive da estrada M’Boy, que começava lá na região sul da Capital, passava por Embu e vinha para Cotia…..mas isso é assunto para depois…preciso consultar o “povo que tem história pra contar”.
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