Crise dos Correios pode deixar cartas mais caras

Dentro da estratégia para tentar sanear as finanças dos Correios, a nova administração da estatal estuda acabar com o que chama de subsídio a tarifas da empresa, medida que deve mexer no bolso de quem usa regularmente os serviços postais.

Os Correios negociam com o Ministério da Fazenda o aumento das tarifas até o final do ano. Há o diagnóstico de que os preços cobrados pelo serviço de envios de carta estão aquém do necessário para garantir equilíbrio financeiro à operação.

Mesmo após o reajuste promovido no mês passado, de 10,7%, as tarifas ainda estão cerca de 10% abaixo do limite mínimo para garantir lucratividade.

Com isso, outros serviços da empresa, principalmente a entrega de encomendas, compensam parte do prejuízo gerado pela entrega das cartas. Daí, o entendimento de que há subsídio nessa operação.

A administração dos Correios acredita que a base de clientes, especialmente os corporativos, é sólida, e a demanda se manteria apesar de uma elevação de preços. Além disso, o serviço postal é um monopólio garantido pela Constituição ao Estado.

Oficialmente, a empresa afirma que , “no momento, não há a previsão de novo reajuste em 2016 e que não há relação entre a lucratividade no serviço de cartas e o correspondente volume de objetos entregues, o qual se mantém estável”.

Por Machado da Costa – Folha de S. Paulo