Floresta do Alto Cotia garante menor custo para tratar água

O reflorestamento em regiões de bacias hidrográficas, além de conservar o volume de água nos reservatórios e de colaborar com a quantidade de chuva nas cabeceiras, reduz o custo do tratamento. No Sistema Alto Cotia, por exemplo, o valor para tratar a água é cinco vezes menor do que o da Billings, explica o presidente da Iniciativa Verde, Roberto Rezende.

O presidente da associação explica que as árvores tem função de filtro de poluentes, o que garante a qualidade das águas nos mananciais. Rezende justifica o baixo custo no tratamento da reserva do Morro Grande, por sua área florestal preservada: “O terreno foi desapropriado para a execução de um plano de recuperação ambiental na área, que é reserva da Mata Atlântica”, diz.

Rezende explica que, apesar do baixo nível que o reservatório apresenta hoje, a situação não chega a ser preocupante: “Pouco se discute sobre esse sistema, pois está em situação confortável. Além da baixa demanda pela água da bacia, sua área é muito bem preservada”.

Segundo relatório da Sabesp, o volume armazenado nesta quarta-feira (11), é de 33,7%.

Desmatamento

Rezende explica que o desmatamento das florestas é um dos principais motivos pela crise do Sistema Cantareira. “A falta de vegetação se dá em níveis macrorregionais, como a devastação da floresta amazônica e microrregionais, como a falta de vegetação nas cabeceiras dos sistemas”, afirma.

Para o presidente, a Lei Estadual 219/2014, que permite compensação ambiental da mata paulista em outras áreas do país, não deve ser generalizada, para que as regiões de bacias onde a situação é crítica não sejam prejudicadas. “É preciso atenção, para não haver problemas a longo prazo”.

Agricultura sustentável

Para Rezende, uma solução para o Sistema Cantareira é implantar nessa região a agricultura sustentável, para o melhor uso da terra. “É preciso realizar a recuperação das matas ciliares, a conservação do solo e a organização das ocupações irregulares, com políticas de relocações”.

Rezende cita a experiência nos arredores de Nova York, onde foi realizado um plano de incentivo à agricultura sustentável. “Foi feito um planejamento hídrico no meio rural em relação a esgotos e encanamentos, assim como é feito nas cidades”. Rezende conta que o planejamento também considerou a compensação ambiental nos mananciais. “O custo do manejo das águas é baixo, pois a produção é limpa”.

Por Beatriz Peixoto, do DCI