Ibama proíbe que leoa venha da Argentina para o Rancho dos Gnomos

O Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis deve consultar, com urgência, todos os zoológicos do país sobre o interesse em receber a leoa Baguira, resgatada em agosto deste ano de um circo na Argentina, onde vivia em péssimas condições de saúde.

A determinação da Justiça Federal atende pedido do Ministério Público Federal em São Paulo, que entrou com ação cautelar para tentar evitar que o animal fosse sacrificado.

Segundo o MPF, desde seu resgate Baguira está provisoriamente sob os cuidados da Fauna Província, órgão ambiental argentino.

O felino, porém, corre o risco de ser submetido a eutanásia caso não seja encontrada instituição adequada disposta a recebê-lo. O abrigo atual alega que, por questões de segurança, não é viável manter a leoa em sua sede. Ao mesmo tempo, não há outras entidades na Argentina que possam acolher o animal, tendo em vista a superpopulação de leões em santuários, reservas e zoológicos do país.

O MPF informa que ao tomar conhecimento do caso, o “Rancho dos Gnomos”, se dispôs a transportar Baguira até o Brasil e mantê-la em sua sede em Cotia. O ingresso do animal em território nacional, no entanto, foi negado pelo Ibama, sob o argumento de que a importação de grandes felinos exóticos é permitida apenas por jardins zoológicos.

Diante do impasse e do risco iminente de sacrifício da leoa, o procurador da República Matheus Baraldi Magnani recorreu ao Poder Judiciário para que os zoológicos nacionais sejam consultados sobre a vontade de buscar e receber Baguira. A medida busca cumprir o disposto na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, segundo a qual nenhum animal será submetido a maus tratos nem a atos cruéis. “Deve-se considerar a legislação internacional, uma vez que há a possibilidade de salvar a vida do felino sem risco sanitário para a nação brasileira”, ressaltou o procurador.

A leoa, que nasceu em 2008, foi resgatada em um circo na cidade argentina de Tucuman. Segundo sites locais, durante o tempo em que esteve presa, Baguira pouco se movia e não recebia a quantidade adequada de alimento. Por conta disso, sua estrutura óssea é muito menor que a de um felino que tenha vivido em liberdade. Após seu resgate, exames veterinários também detectaram parasitas e bactérias que, se não fossem combatidos, levariam à morte brevemente.

Do Globo Rural