Mauro Calil: A regra de ouro para fazer dinheiro com imóveis

Em 100% das classes das aulas de investimentos em ações pergunto: Qual a fórmula para ganhar dinheiro neste mercado?

Sempre obtenho a resposta correta: Comprar na baixa e vender na alta. Este não é um segredo, porém somente os bons profissionais investidores aproveitam.

Ainda que menos volátil que o mercado de ações, os profissionais do ramo imobiliário sabem que estão lidando com um mercado de renda variável. Por isso buscam comprar quando todos vendem e, vender quando todos compram. Ou seja, fazer algo pouco intuitivo e que parece inseguro, trafegar na contra mão.

Mas e a bolha? Perguntaria um aluno. … Hello, que bolha? Americana? Estamos no Brasil. De falta de crédito e excesso de ofertas? Repare como existem áreas e classes de imóveis que continuam a ter demanda e vendas pujantes.

Entenda que não há bolhas, mas sim algumas áreas urbanas, cujos preços astronômicos e irreais de outrora, passaram a ser uma referência psicológica para compradores e imprensa. Quando a razão voltou a tomar o lugar da emoção nas negociações, seus preços caíram e começou-se a falar em bolha. O mesmo para a queda da velocidade de vendas. Hoje em níveis normais.

Acabei de dizer que, assim como as ações, os imóveis estão nos ativos classificados como renda variável, portanto, quem deseja lucrar neste mercado deverá comprar barato e vender caro. Uma das formas de fazer isso sem a necessidade de possuir valores exorbitantes, ou mesmo de imobilizar dinheiro, é aplicar em Fundos de Investimentos Imobiliários (FII).

Os FII investem em toda sorte de imóveis, residenciais, lajes corporativas, minha casa minha vida, logística, etc. e, até mesmo, existem fundos que compram cotas de outros fundos, como se fossem um tipo de fundo de ações que investe em várias ações.

Com o desânimo do setor, novas emissões se tornaram raras e, mais uma vez, isso é bom. Uma das “regrinhas” para novas captações é mostrar lucro no passado, dificilmente o regulador (CVM) aprovaria uma nova captação a quem está no prejuízo, afinal mesmo sem ter como garantir rentabilidade positiva, a CVM deve proteger o investidor.

Portanto somente os profissionais competentes, cuja gestão atravessou tempos ruins beneficiando o cotista passariam por este crivo velado.

Finalizando, esta NÃO é uma recomendação de investimento, mas sim de incentivo a você para conhecer alternativas melhores beneficiem seu dinheiro em tempos de incerteza. Tome as rédeas.

*O professor Mauro Calil é  especialista em investimentos no Banco Ourinvest. É também  palestrante e autor dos livros “Receita do bolo” e “Separe uma verba para ser feliz” e proprietário da Academia do Dinheiro, instituição especializada em cursos de educação financeira e finanças.  Possui mestrado pela USP e Pós Graduação em Marketing pela ESPM e certificado pela ANBIMA como CEA