Municipalização da Régis Bittencourt não tem prazo para acontecer

A discussão sobre a municipalização do trecho da Rodovia Régis Bittencourt que corta Taboão da Serra irá ganhar novos capítulos nas próximas semanas.

O prefeito Fernando Fernandes terá reuniões com os vereadores e com o Ministério do Transporte para transformar, ou não, o trecho em uma grande avenida.

Fernando Fernandes disse, há 15 dias, que a municipalização depende de diversos fatores, mas que irá fazer um estudo sobre a proposta. “No governo passado [Evilásio Farias] a prefeitura pediu a municipalização. Eu estou disposto a discutir, nós vamos iniciar essa discussão, porque isso passa por uma série de obras”.

Para o prefeito, a municipalização da rodovia é vantajosa porque a prefeitura poderia realizar uma série de obras para diminuir o trânsito da cidade. “Hoje a concessionária tem uma visão diferente, ela está preocupada com a fluidez na rodovia e nós nos preocupamos como um todo”.

Entre as obras previstas com a municipalização da Régis Bittencourt estão a construção de uma série de intersecções através de semáforos ligando os dois lados da BR-116, como na altura do Parque Laguna com a estrada Benedito Cesário de Oliveira.

“Estamos abertos ao debate, temos que ver uma série de situações, como por exemplo, o pavimento. Terá que ser mantido o asfalto que é usado hoje na rodovia? É um asfalto muito caro, muito mais caro do que usamos nas nossas ruas. Mas se ela for transformada uma avenida municipal, isso é possível, porque nós vamos ter a mesma responsabilidade do que as outras ruas. Mas temos que conversar”, ponderou Fernandes.

Para o diretor executivo da Arteris, Nelson Segnini Bossolan,  o trecho de 6,5 km que corta Taboão da Serra hoje já tem status de “uma grande avenida que atende principalmente Taboão, porém ela é regida sob a condição de rodovia”.  Segundo ele, a municipalização daria mais autonomia necessária para decidir o que fazer sob o ponto de vista urbano viário.

Sobre a municipalização da Régis Bittencourt no trecho de Taboão da Serra, o ministro Rodrigues, informou, que se for da vontade do município, o Ministério e a ANTT não veem problemas em autorizar. “Eu só não anunciei a municipalização do trecho de Taboão porque o prefeito [Fernando Fernandes] não estava presente, dependo também dele. Vamos marcar uma reunião semana que vem, por parte da ANTT e Ministério dos Transportes vai caminhar tudo bem”, afirmou o Ministro.

Segundo o secretário de Transportes do município, Rinaldo Tacola, com a municipalização será possível realizar obras para melhorar o tráfego. “A cidade tem crescido muito nos últimos anos, e muitas obras precisam ser feitas no trecho da rodovia, para melhorar o fluxo, como a criação de vias, novos pontos de acessos e também de saídas. Porém, quando se trata de obras, existem muitos problemas burocráticos, já que muitas empresas estão envolvidas”.

Obras

O Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, anunciou um pacote de obras que envolve a readequação do viaduto do Parque Pinheiros e obras de contenção de enchente na rodovia. O valor investido deve passar os R$ 90 milhões em toda a região.

Taboão da Serra será contemplada com dois dispositivos, a readequação Geométrica do viaduto “Paulo Ayres” no km 272+800 e a substituição da Passarela existente no km 269+900 – Parque Industrial /  Ampliação da capacidade viária, além das obras de drenagem para acabar com as constantes enchentes.

As obras terão início em seis meses, com prazo máximo de execução em até dois anos. O pacote de obras custará R$ 30 milhões. A rodovia hoje é administrada pela Autopista Régis e liga a cidade de São Paulo ao Paraná. Segundo um balanço da concessionária, o trecho inicial da Régis, ou seja, em Taboão da Serra, até a cidade de São Lourenço da Serra, tem até cinco vezes mais carros do que todo o longo da Rodovia. São 110 mil carros por dia contra 20 mil nos 370 km restantes.

Do Portal O Taboanense – Foto: Eduardo Toledo