“O que você vai ser quando crescer?”, por Marcus Nakagawa

O que você vai ser quando crescer? É esta a pergunta que, a partir do momento que você se entende como gente, as pessoas começam a fazer. Meu filho que tem seis anos não fala o que ele vai ser e sim o que vai fazer, pois ainda não conhece muitas profissões e muito menos o quanto ganha em cada uma delas. Certo dia ele comentou que será o primeiro homem a sair da Via Láctea, mas não que será um astronauta que ganhará muito dinheiro, fama, aparecerá na TV e irá a festas chiques, fará comerciais de TV etc.

Quando estamos numa fase da vida em que pensamos qual será a nossa profissão, ou ainda, a etapa em que estamos repensando a carreira – pois o que estamos fazendo hoje já não está tão legal – esta questão volta ainda com mais intensidade.

Uma profissão, segundo o Wikipédia, dicionário escrito coletivamente por milhares de pessoas, é um trabalho ou atividade especializada dentro da sociedade, geralmente exercida por um profissional. Algumas atividades requerem estudos extensivos e outras dependem de habilidade prática e requerem apenas formação básica. No sentido mais amplo da palavra, o conceito de profissão tem a ver com ocupação, ou seja, atividade produtiva que o indivíduo desempenha na sociedade em que está inserido.

Pois é, algo que você faz que seja produtivo dentro da sociedade. Gosto da palavra ocupação, pois dependendo da profissão você fica muito ocupado mesmo e acaba passando a vida neste trabalho e não vê a vida passar.

Sim, precisamos de uma profissão para ser alguém nesta sociedade produtiva, ou uma ocupação que ajude o nosso entorno a prosperar e a se desenvolver. Neste sistema em que estamos incluídos, para aqueles que estão incluídos, temos que ter um trabalho para poder pagar a nossa subsistência básica: nos alimentar, morar, estudar, vestir etc.

O problema é “o que é este etc.”?, pois muitas vezes acabamos colocando muitos e muitos pontos a mais nesta subsistência básica e ficamos escravos destes outros pontos que temos que pagar. É exatamente neste ponto que falamos do estilo de vida, ou seja, além da subsistência básica, da sua sustentabilidade.

Quero ter o carro top e viajar para o exterior todo o ano; quero ter três filhos e poder dar uma boa educação para todos; quero ter uma casa na praia e uma no campo; quero ter tempo para ficar com os meus filhos; quero ler mais livros; quero ir para a balada todo fim de semana; quero fazer um almoço para os meus amigos uma vez por mês; quero assistir minhas séries na TV; quero ficar com a minha família; enfim, cada uma destas frases mostra como você gostaria de passar o tempo ou o que fazer na vida, ter um estilo de vida. E acredite, cada um é cada um mesmo, por incrível que pareça tem gente que não se deixa levar pelos milhares de apelos publicitários e não quer ser famoso e passar um fim de semana num castelo de uma revista. Ou não quer um carro do ano, quer um carro que funcione bem e não dê gastos.

A lógica é a seguinte, se você quer este ou aquele estilo de vida, a profissão que você terá que se dedicar será crucial. E tem gente que alia a ocupação profissional com o que gosta de fazer, com isso o estilo de vida fica mais completo!

O sábio Wikipédia define estilo de vida como a forma pela qual uma pessoa ou um grupo de pessoas vivenciam o mundo e, em consequência, se comportam e fazem escolhas.

Escolhas, esta é a palavra! Escolher qual é o modo que você quer viver a sua vida é mais importante do que a profissão que você terá. Com isso consegue desenhar os passos para chegar à ocupação que gosta e que combine com o modo que você vivencia o mundo. E não viver para trabalhar, sim trabalhar para viver. Pesquisar e entender quais sacrifícios terá que fazer para cada estilo de vida é fundamental. Não dá para ser ingênuo e achar que conseguirá as coisas facilmente, sem trabalho, esforço ou dedicação.

A profissão será apenas o caminho para o estilo de vida que você deseja, portanto a pergunta é: qual estilo de vida você quer ter?

*Marcus Nakagawa é sócio-diretor da iSetor; professor da ESPM; idealizador e presidente do conselho deliberativo da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade); e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. www.marcusnakagawa.com

 

2 comentários em ““O que você vai ser quando crescer?”, por Marcus Nakagawa

  • 19/03/2015 em 09:47
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    Muito bom o artigo, me fez refletir sobre como quero viver e o que terei que fazer para alcançar meus objetivos, mas mesmo assim sinto que é muito difícil haver harmonia entre as duas coisas, porém não é impossível…

  • 17/04/2015 em 02:50
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    OI ISAC QUE BOM QUE VOCÊ GOSTOU!!
    Sim temos que perseguir isso sempre!
    abraços

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