População de Cotia está sem transporte alternativo

Os usuários do transporte coletivo em Cotia, os chamados perueiros, estão sem este tipo de serviço desde o final de semana.
A falta de regularização prometida pela Prefeitura para os perueiros não aconteceu e eles operam irregularmente, sem alvará. Em audiência sobre o transporte coletivo em 2017 foi prometido que um novo plano de reestruturação traria para a cidade uma licitação para empresas interessadas em operar o sistema, mas até hoje nada foi feito.

Diante disso, e com pressão da única empresa de ônibus da cidade, a Danúbio Azul, o Ministério Público intimou a Prefeitura para tomar providências até a próxima quarta-feira (3) e regularizar o sistema.

Como o prazo é curto, a situação dos perueiros ficou complicada e desde sábado eles próprios resolveram parar de rodar com as vans. No sábado houve manifestação da categoria por ruas e na Raposo Tavares. Eles prometeram que farão protestos todos os dias até que a Prefeitura tome uma posição. Nesta segunda-feira, desde às 5h da manhã eles estão reunidos e protestando.

A situação também envolve política, já que o presidente da cooperativa dos perueiros, Leto Santos, foi candidato a vereador na última eleição, ao lado de Quinzinho Pedroso, rival do prefeito eleito Rogério Franco. Dizem que a falta de “empenho” da Prefeitura seria uma retaliação.

Os perueiros acusam a Danúbio Azul de pressionar as autoridades para que retire de circulação as vans, que sempre foram uma pedra no sapato da empresa que domina o transporte coletivo de Cotia há cinco décadas, sem concorrência.

No final das contas, quem sofre nesta história são milhares de moradores que usam as peruas. Há bairros que não tem linhas de ônibus da Danúbio e dependem das peruas. Muita gente reclamou nesta manhã que teve que andar vários quilômetros para chegar a um ponto e poder pegar um ônibus, em muitos casos, já lotados.