Represa de Itupararanga em alerta e ONG aponta riscos e cobra ações diante da estiagem
Ela abastece Sorocaba, Votorantim, Ibiúna, Alumínio, Mairinque, São Roque, Cotia, Vargem Grande e Araçoiaba da Serra
A Rádio Cidade Sorocaba traz uma reportagem especial sobre a situação crítica da Represa de Itupararanga, um dos principais mananciais da região, e o papel da ONG SOS Itupararanga na preservação da água e na articulação com autoridades. Em entrevista exclusiva, representantes da organização revelam preocupações com o nível atual da represa, a falta de campanhas de conscientização e os desafios enfrentados para garantir a sustentabilidade hídrica.
Atualmente com 64% de sua capacidade, a Represa apresenta sinais de alerta. Segundo a ONG, as vazões de entrada estão em apenas 30% da média histórica, o que já provocou o esvaziamento de alguns braços do reservatório, como o trecho conhecido como Cachoeira, em Ibiúna.
Desde janeiro de 2023, a operação da represa segue uma regra operativa proposta pela CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, que ajusta a vazão de saída conforme a entrada de água. Essa medida, aprovada provisoriamente pelo Grupo de Trabalho de Crise Hídrica do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio-Tietê, está em análise pela Agência SP Águas para emissão da outorga da barragem.
Atualmente, o reservatório opera sob o estágio Livre 2 da regra operativa. Mais detalhes sobre essa norma estão disponíveis no site da ONG SOS Itupararanga.
Falta de campanhas e diálogo limitado
A ONG alerta para a ausência de campanhas educativas sobre o uso consciente da água, especialmente em Sorocaba, maior cidade usuária da represa para abastecimento público. A cobrança por ações mais efetivas foi feita pela entidade durante a última reunião do Grupo de Crise Hídrica, realizada em 29 de setembro.
Enquanto isso, a SOS Itupararanga tem utilizado suas redes sociais para divulgar informações sobre os mananciais de abastecimento em Ibiúna, mas lamenta a falta de engajamento mais amplo por parte das prefeituras da região.
Monitoramento e desafios na articulação
O monitoramento da represa é feito com base em dados do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio-Tietê e da ANA – Agência Nacional de Águas e Saneamento. Apesar do acesso às informações, a ONG enfrenta dificuldades para envolver os municípios da Área de Proteção Ambiental de Itupararanga em ações concretas, especialmente em períodos de estiagem.
A ONG reforça a necessidade de medidas urgentes para o uso racional da água e o controle de perdas, destacando que a preservação do manancial depende da colaboração entre sociedade civil, poder público e setor privado.
Da Radio Cidade de Sorocaba