Vargem Grande é uma das 18 cidades da Grande SP que não tem cinemas

O tema da democratização de salas de cinema entrou em pauta esta semana, ao ser escolhido como tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A maioria dos distritos da capital, por exemplo, não contam com salas de cinema. No Brasil, apenas 7,4% das 5.570 municípios possuem esse tipo de equipamento.

Na Grande São Paulo, além de Arujá, as cidades de Biritiba-Mirim, Caieiras, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Jandira, Juquitiba, Mairiporã, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Salesópolis, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, São Lourenço da Serra e Vargem Grande Paulista completam a lista do “apagão” cinematográfico.

Na soma, essas cidades possuem 1,7 milhão de pessoas sem acesso a uma sala de cinema. A cidade de Franco da Rocha também consta, mas o município teve inaugurado um novo cinema recentemente.

Na vizinha Vargem Grande Paulista, também não há cinemas para a população, e a cidade faz parte das 18 cidades da região metropolitana de São Paulo que não possuem salas, segundo dados da Ancine – Agência Nacional de Cinema. O levantamento feito pela Agência Mural, mostra que Cotia tem 11 salas, como mostra a arte abaixo.

PASSADO COM SALAS

Mas nem sempre foi assim. Parte dessas localidades sem salas hoje chegaram a possuir cinemas de rua até os anos 80, mas desapareceram após o surgimento dos shopping centers.

Em Poá, o prédio do último cinema de rua, o Cine Joia, virou o retrato dessa decadência, e hoje está inutilizado. Enquanto isso, a cidade, que ostentou três estabelecimentos para ver filmes entre 1950 e 1989, está há mais de 30 anos sem nenhuma projeção.

Também na Grande SP, Guararema saiu dessa estatística negativa em 2016, após a Prefeitura investir na recuperação de um antigo cinema de rua, o Cine Guararema. Inaugurado em 1921, havia fechado as portas em 1990 para dar lugar a uma igreja.

Sem nenhuma sala de cinema na cidade, a prefeitura resolveu investir no espaço, que foi reconstruído. Da estrutura original, apenas a fachada permaneceu em pé. A obra custou R$ 4,5 milhões aos cofres públicos, e hoje a operação é privada, feita pela empresa Centerplex.

Por Lucas Landin e Paula Talarico – Agência Mural