Aeroporto de São Roque terá pista e hangares diminuídos devido à alta dívida

Com dívida alta, a empresa JHSF irá inaugurar no segundo semestre deste ano, um aeroporto executivo bem menor do que o inicialmente previsto.

De acordo com o Estadão, o adiantamento de parte das obras da primeira fase é mais uma medida tomada para aliviar a situação financeira da companhia que, nos últimos meses, se desfez de ativos internacionais e de participações em grifes estrangeiras.

O novo aeroporto começará a operar com uma pista de 1.600 metros, 14 mil m² de pátio para aeronaves e uma área de hangares de 10 mil m². Diferentemente do que foi anunciado em janeiro, durante o início das obras, onde a empresa previa inaugurar o aeroporto com uma pista de 1.940 metros, 50 mil m² de hangares e 50 mil m² de pátios para aeronaves. Segundo o portal de notícia, a projeção inicial de investimento na primeira fase era de R$ 500 milhões, o que foi ajustado para R$ 300 milhões. Na fase final, o projeto do aeroporto prevê uma pista de 2.470 metros e um investimento total de cerca de R$ 1,2 bilhão.

A empresa afirma que para prosseguir com as obras, um contrato de 12 anos de financiamento com o BNDES foi assinado, no valor de R$ 145,7 milhões. Em comunicado, a JHSF disse que “acredita em projetos de longo prazo”, mas que “em função da conjuntura econômica do país, o cronograma de entrega de fases (do aeroporto) foi alterado”.

Porém, o tamanho da pista era um dos principais trunfos do Catarina, para tirar a clientela de outros aeroportos executivos da Grande São Paulo. Mas com a nova extensão da pista, o projeto da JHSF perde a vantagem que tinha frente aos terminais de Sorocaba e Jundiaí, cujas pistas têm 1.630 e 1.400 metros de comprimento, respectivamente.

Para Francisco Lyra, sócio da Cfly Aviation (empresa dona de 15% do Catarina), em depoimento ao Estadão, a pista maior é essencial para o aeroporto estar apto a receber voos internacionais, por exemplo. Mas o mesmo também ressalta que é vantajoso iniciar a operação mesmo com pista reduzida, uma vez que o aeroporto irá ganhar uma “certidão de nascimento”, o que agilizaria os processos de obtenção de diversas autorizações operacionais, sendo este um projeto pensado para um cenários de 30 anos.

De acordo Lyra, a empresa estaria negociando a venda ou locação de hangares, mas, até agora, não teria contratos fechados, uma vez que o crise no Brasil impacta a aviação executiva, que sente uma retração em torno de 7%.

Por Gabriele Pinho – JE Online