Coluna de Lucio Cândido Rosa: A Consagração da Santa Hóstia visualizada pelo Espírito André Luiz
Francisco Cândido Xavier, foi um dos grandes divulgadores do Espiritismo no Brasil, psicografando mais de 400 livros, ditados pela Espiritualidade.
Dentre eles, neste artigo vamos buscar aquele que tem como título: Libertação – ditado pelo Espírito, que tem como pseudônimo André Luiz, espírito esse que, quando em sua última encarnação na Terra, poderia ter sido o médico Osvaldo Cruz ou Carlos Chagas, na cidade do Rio de Janeiro.
No capítulo nove do referido livro, que tem como título, Perseguidores Invisíveis, vamos encontrar André Luiz, junto com uma equipe de Espíritos de luz, promovendo uma assistência espiritual a uma mulher doente e desequilibrada, tanto na condição física como na espiritual.
Estando ela bastante debilitada e desacreditada pela ciência médica, seu marido resolve lavá-la à “Missa”, acreditando que seria a sua última tabua de salvação, onde poderia reestabelecer-se pela fé.
Após ter tomado essa resolução e feito todos os preparativos para irem à igreja, saíram em disparada para o local, sem perceberem que tinham como companhia, uma equipe de espíritos trevosos.
Chegando ao local destinado, desceram à porta do elegante santuário. André Luiz, acompanhado pela equipe, e, como grande observador que era na espiritualidade, viu-se diante de um grande e estranho espetáculo, pois havia um pequeno grupo de encarnados, e um outro grupo 5 vezes maior de desencarnados, próximo à Igreja.
Porém, a maioria do grupo de desencarnados, não estava ali para prestar qualquer benefício, mas sim, através da influência espiritual, tentar desvirtuar aqueles que tinham um propósito de mudança pela fé. Ele relata, que era uma algazarra total, e a atmosfera espiritual pesava mais do que o normal. Porém, a situação começa a mudar quando ele adentra ao templo religioso. Começa a sentir uma atmosfera espiritual diferente, de teor “suave e sublime”.
Após essa sensação, deixa seus olhos percorrerem o ambiente, fixando seu olhar no altar, vê adornos e objetos de culto, emanarem doce luz que se espalhava por todo o ambiente, notando uma linha divisória entre o ambiente interno e externo. Após ter registrado a formosa claridade que emanava das imagens, indagou ao experiente orientador do grupo, como ficaria o Segundo Mandamento da Lei de Deus, que diz: – “Que o homem não deve adorá-lo em imagens de escultura, mas sim em espírito e verdade”.
Orientador esclarece que, embora rezem essas tradições no Velho Testamento, seria um grande erro levar isso tudo ao pé da letra, pois os ídolos de barro ou pedra, na verdade servem para simbolizar a grandeza do Senhor, quando se rende culto a elas pelo sentimento que sai do fundo do coração, pois para Deus não importa de que forma essa adoração é feita, mas sim a intenção e a forma em que é direcionada à Bondade Divina, que dá-nos assistência em todos os sentidos, pois ainda somos muito infantis.
Assim é preciso ter uma ligação direta com Ele, através de impulsos elevados, solicitando socorro, para suas necessidades autoeducativas.
Ele ainda relata que esses altares sagrados, recebem e refletem projeções de matéria mental sublimada, tanto dos encarnados como desencarnados.
É preciso entender, que as preces fervorosas direcionadas aos Santos, são atendidas através de uma equipe de anjos, que procura auxiliar da melhor forma possível, conforme a necessidade e merecimento de cada um. Na verdade, são os mensageiros Divinos que distribuem as dádivas espirituais a todos que estão em sintonia com o Senhor.
Porém a concretização dessas dadivas, fica ao encargo daqueles que as recebem, pois na maioria dos credos, são poucos aqueles que conseguem unir-se ao Senhor. A verdadeira adoração está na alma, e às vezes, a ligação mental que os envolve, está numa condição tão baixa, que não conseguem atingir o objetivo, pois ligam-se com entidades de condição inferior e padrão vibratório baixo, que tentam desvirtuá-los através da força do pensamento, e, na maioria das vezes, com êxito, levando-os a processos de cólera, vingança, desespero, desequilíbrio e falta de vontade de viver.
A liturgia já anunciava o início da cerimônia e com grande assombro, André viu que o sacerdote católico e os coroinhas se dirigiam para um altar cheio de luz, onde três entidades de sublime posição hierárquica fizeram-se visíveis à mesa com evidente propósito de ali semearem as dádivas divinas. Estas entidades não eram vistas pelos encarnados e muito menos pelos desencarnados de baixo teor vibratório, que ali tiveram permissão para entrar.
Os Espíritos de luz, magnetizavam e beatificavam as águas expostas, saturando-as de princípios salutares e vitalizantes, passando em seguida a fluidificar ou consagrar as Santas Hóstias. Admirando a plateia de encarnados que ali estavam, viu que muitos não estavam de corpo e alma, deixando-se influenciar por seus pensamentos inferiores, dando margem à influência de entidades negativas, que nem de longe notavam a presença dos nobres emissários do Senhor a serviço do Bem.
Outros recebiam os suaves benefícios da homilia, que elevavam o teor de seus pensamentos, as ligando-os com os anjos que ali estavam presentes, fazendo uma ligação direta com eles, sentindo no interior de suas almas, um horizonte cheio de benefícios, através da reforma interior. Enquanto o celebrante elevava o cálice, após abençoar a santa hóstia, uma falange de anjos penetrava no ambiente, ao som de vozes harmoniosas.
Uma intensa luminosidade emanava do sacrário, envolvendo todos os objetos de culto religioso. A hóstia consagrada, representando o corpo de Cristo irradiava luz para todos os lados, todas as direções.
O sacerdote começou a distribuir a comunhão aos comungantes do dia. A hóstia assemelhava-se a uma flor de farinha envolvida em muita luz, mas ao tocar a boca das pessoas impuras de coração, enegreciam como por encanto. Somente aquelas que tinham a pureza necessária, recebiam os fluidos luminescentes, que a seguir alojavam-se em seu coração.
Respeitemos, portanto, todas as religiões, porque não importa qual nome elas tenham e de que forma procuram educar todos os seus seguidores, pois todas realizações das igrejas devem estar no fundo de seus corações.
O primeiro núcleo cristão em Jerusalém, foi na casa de Simão Pedro, quando Jesus disse: – “Tu es pedra e sobre essa pedra edificarei minha igreja”.
Dá-nos inegavelmente a entender que todo templo de pedra, funciona como um farol no meio das sombras, para todos os navegantes da Terra, indicando o caminho para as conquistas das virtudes morais.
Sendo assim, respeitemos a condição de cada uma, pois todos os caminhos nos levam ao seio do Senhor, independente da forma que é feita essa adoração.
Muita paz a todos!
* Lucio Cândido Rosa escreve sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]