Lucio Cândido Rosa: Dependência química na visão espírita

Caro Leitor!
Vamos abordar hoje um tema que tem causado grande preocupação a toda sociedade, pois não é pequeno o número de jovens, crianças e adultos que se entregam aos vícios.
Dependente químico (ou adicto) é alguém que faz uso de drogas constantemente para aliviar tensões, medos, ansiedades, sensações físicas desagradáveis…
São conduzidos a dependerem das drogas chamadas ilícitas (cujo comércio é proibido por lei) maconha, cocaína, crack, etc., ou as lícitas (comercio liberado por lei) como o cigarro, o álcool e remédios sem nenhuma orientação médica. A OMS (Organização Mundial da Saúde) reconhece as dependências químicas como doenças, não somente como problemas morais.
Os dependentes químicos, normalmente trazem para si, uma série de problemas emocionas, espirituais, físicos, familiares, sociais e materiais.
Por isso a importância de um estudo profundo sobre o tema, não somente para compreender sua implicação do lado físico, mas espiritual também.
Sendo assim, façamos a seguinte pergunta: – O que se leva para o além – vida sendo um dependente químico a vida inteira?
Alguns dirão que nada, pois morreu acabou!
Outros acreditarão estarem perdoados e curados, seguindo rumo ao Paraíso, por se arrependerem no último momento da sua existência.
Pena que isso não seja uma realidade e sim pura ilusão, pois através da Doutrina Espírita e pela ciência atual (que já admite a existência do Espírito), toma-se conhecimento de que o Espírito é imortal, sobrevive à morte. Apenas o corpo físico morre e se decompõe.
Assim sendo, o Espírito leva consigo, todas as tendências e sensações que tinha neste planeta, sofrendo consequências terríveis dessa sua conduta.
No mundo Espiritual sofrerá uma abstinência forçada, por estar afastado de todos esses elementos químicos dos quais fazia uso até o momento de seu desencarne.
Caminhará sofrendo até que encontre algum ser “humano” que se afinize com seus vícios e a vampirização é o veículo para fazer uso da essência de que necessita.
Conforme o comportamento da pessoa, dirão que está com encosto, com entidades maléficas ou demoníacas.
Quando se faz uso de drogas atrai-se para bem próximo entidades ou espíritos que estejam na mesma condição ou às vezes até pior, e o indivíduo se torna hospedeiro, permitindo que seja verdadeira marionete ou escravo, para que façam o que quiserem.
Perde-se assim todo controle das ações, fazendo coisas fora do comum para consigo mesmo e para com os semelhantes, que sofrem desesperadamente ao seu lado.
Quem nunca viu pessoas embriagadas falando sozinhas, brigando com postes na rua, vendo elementos de toda sorte ao seu lado e que ninguém mais vê?
Drogados que roubam para sustentar o vício e, quando em crise batem nos familiares, quebram tudo dentro de casa?
No início, tudo é festa e alegria!
Uma satisfação imensa que faz com que o indivíduo se aprofunde cada vez mais nos vícios. Conforme o tempo vai passando, vêm as consequências: – doenças físicas e morais que o levam à loucura.
Não se pode esquecer, que os órgão físicos e perispirituais (corpo espiritual) serão lesados, e num futuro muito próximo, terão que ser restaurados em uma nova encarnação.
Se a pessoa conseguir compreender tudo isso, terá uma noção do quanto é importante o cuidado com corpo físico e espiritual.
Deve-se estar atento ao que se ingere, com os abusos de toda sorte que se é acometido.
As drogas, estão ganhando cada vez mais espaço, levando dor e sofrimentos para muitas famílias.
O problema não está só com o que o dependente químico faz consigo mesmo, mas também com aqueles que estão a sua volta, pois fica difícil manter os laços afetivos e a convivência familiar.
Quais são as causas da dependência química?
– Curiosidade (por falta de maturidade);
– Conflitos familiares;
– Rompimentos afetivos;
– Perda de entes queridos;
– Revezes da fortuna;
– Influência de grupos (para ser aceito);
– Os desequilíbrios sexuais;
– Perda do sentido da vida, etc….
O que é necessário fazer para se livrar dessa situação de adicto (dependente)?
Primeiro ele precisa entender que está doente.
Segundo querer buscar tratamento. Não adianta a família querer internar essa pessoa. Sem vontade própria não há condições de “cura”.
Terceiro, precisa encontrar ajuda pelo amor, sem repressão, sem violência, através de medicamentos e com apoio moral (ao Espírito), adquirindo através do conhecimento, valores morais alicerçados no bem, no respeito a si mesmo e ao próximo.
Normalmente, a pessoa não consegue se tratar, enfrentar a situação sozinha.
Deve buscar toda a ajuda possível.
Ajuda médica, grupos de auto ajuda, como por exemplo o AA (Alcoólicos Anônimos), Amor Exigente (para si e coo dependentes) e a Assistência Espiritual oferecida pelos Centros Espíritas.
Quanto aos coo dependentes (familiares), também é necessário que se equilibrem espiritualmente, buscando aconselhamento de pessoas experientes, que já vivenciaram a situação, ou estão devidamente preparadas para ajudarem a enfrentar os problemas.
A Casa Espírita oferece o Atendimento Fraterno (antigo DEPOE – Departamento de Encaminha e Orientação Espiritual), que orienta dependentes e familiares para os caminhos que devem percorrer: – passes, tratamento espiritual específico e palestras alicerçadas nos ensinamentos do nosso querido e adorável Mestre Jesus.
Concluindo: – O tratamento é longo, um dia de cada vez. E, para vencer é necessário ter pensamento firme, acreditar que vai sair dessa dependência.
Buscar toda ajuda possível sem acreditar em milagres.
Toda mudança de conduta de dependentes e familiares é muito importante para que consiga vencer a viciação.
A vigilância diária é necessária, por isso “um dia de cada vez”.
Para lidar com a abstinência, o dependente deve procurar ocupar-se com práticas esportivas, trabalhos edificantes, etc….
Ocupar sua mente com boas leituras, evitar toda ociosidade para que não tenha tempo de cometer sérios deslizes.
O uso indevido de medicamentos e sentimentos inferiores, poderão levar o indivíduo a dependências químicas com graves consequências futuras!
Amar-se e amar ao próximo como a si mesmo, deve ser um lema a ser seguido.
E, quem tem amor à vida, que o Pai amantíssimo lhe deu, cuida para que seu espírito e seu corpo físico sejam respeitados.
Muita paz a todos!

*Lucio Cândido Rosa escreve sobre espiritismo quinzenalmente no Jornal Cotia Agora.