Lúcio Cândido Rosa: O advento do espiritismo

Caro Leitor!

Os fenômenos espíritas ocorrem desde as épocas mais remotas da antiguidade, estando presente entre todos os povos, desde os mais selvagens até os mais civilizados.

O que diferencia esses fenômenos uns dos outros, é que em uns há uma característica mais definida e em outros acontecem de forma desordenada.
A ligação humana com as forças ocultas, acontecem desde que o homem habitava as cavernas, surgindo assim os lugares sagrados, os oráculos….
Objetos que voavam com uma força sobrenatural, oferendas e sacrifícios humanos que aconteciam para agradar os deuses, que castigavam os seres humanos com cataclismos e desastres climáticos, era o cenário que se desenrolava nessa época.

Mas graças à evolução do ser, esses fenômenos vão sendo conceituados de forma diferente, de uma forma organizada, com o objetivo determinado de preparar o campo para o advento do espiritismo, como a Terceira Revelação.

Foi por isso, que houve um tempo onde as panelas voavam, utensílios domésticos pegavam fogo do nada, pedras eram arremessadas sem a intervenção humana e pessoas chamadas demoníacas, por estarem fora do controle da ciência, necessitando de exorcismo, ou a queima de objetos, que também acreditavam estar envolvidos pela força pessoal do demônio. Atitudes essas praticadas que nada resolviam.
Conta-nos a história que Emmanuel Swnedenborg, Edward Irving e outros membros da Igreja Escocesa, a comunidade do Shakers no USA e muitos outros, já prenunciavam e preparavam o terreno para a eclosão da Doutrina Espírita.

Assim em 31 de março de 1848, no vilarejo de Hydesville, em Rochester nos Estados Unidos, as irmãs Fox ouviam do nada, batidas na parede, sem nenhuma intervenção humana, aguçando assim a curiosidade de todos.
Procuraram aprofundar-se no assunto, descobrindo que havia uma força inteligente extracorpórea manifestando-se e respondendo, através de batidas a todas interrogações feitas.
Nesse meio tempo, a França também já acontecia o fenômeno das Mesas Girantes, envolvida pelo motivo de curiosidade, nos grandes clubes de Paris.

Era uma nova forma de fenômeno, que os Espíritos se utilizavam-se para comunicarem-se, substituindo as pancadas que eram um processo mais demorado, fatos que aconteciam envolvendo pessoas honestas, de forma drástica e inquestionável, pois a mesas se moviam em todos os sentidos, giravam rapidamente ou elevavam-se ao teto de forma brusca, produzindo os mais variados movimentos.

A existência dos Espíritos, despertava todas as consciências envolvidas para a imortalidade da alma e o Advento do Espiritismo no Mundo.
Nesse meio tempo, a família Fox já havia se mudado para a França, por motivos pessoais (ou da própria organização espiritual), recebendo a presença marcante de Hippolyte Léon Denizard Rivail (mais conhecido como Allan Kardec), muito respeitado no país, por ser um educador famoso, por suas faculdades morais e intelectuais. Era um grande estudioso dos fenômenos psíquicos e do magnetismo.

Ao ouvir falar das Mesas Girantes, dedicou todo seu estudo aos fenômenos, atribuindo a sua manifestação ao magnetismo, que impregnava as mesas e produziam esses fenômenos.
Sendo assim, depois de participar da primeira sessão e 18 de maio de 1885, com o senso crítico aguçado à flor da pele, voltou atordoado para sua casa, pois viu que aqueles fenômenos não eram um passatempo, mas algo que merecia um estudo muito sério.

Estudou a fundo os fenômenos e as suas consequências para a Humanidade, adotando o pseudônimo de Allan Kardec, para que sua reputação não interferisse no assunto e também a sua forma de pensar, colocando-se assim como um grande organizador e codificador do Espiritismo.
O pseudônimo utilizado por ele foi sugerido pelo seu guia Espiritual, quando em uma de suas encarnações, teria sido um sacerdote Druida com esse mesmo nome.

Foi auxiliado por duas meninas (médiuns) e pela sua dedicada esposa Amélie Gabrielle Boudet.
Utilizou uma estratégia excepcional, que o levou a 18 de abril de 1857, a lançar a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, que viria preencher o vazio que existia na Humanidade, trazendo uma nova Ciência que esclarecesse a nossa posição real no Universo.

Um novo código de evolução para a humanidade, presidida e orientada pelo Espírito de Verdade, ou seja, o próprio Jesus, num momento em que o Mundo estava alcançando a maioridade moral de seu desenvolvimento.
Concluindo: – O Espiritismo surge com O Livro dos Espíritos, cumprindo assim as promessas do Cristo em nos enviar o Consolador Prometido, O Parácleto ou Espírito da Verdade, (Jô, 14:15 -17).

Muita Paz a todos!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]