Desmatamento na Amazônia triplica em março; trimestre é o 2º pior desde 2008

O desmatamento da Amazônia triplicou em março, fazendo com que o início de 2023 tenha sido o segundo pior trimestre de desmatamento desde 2008, segundo monitoramento do Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia.

Veja abaixo os destaques do levantamento do instituto:

-Foram derrubados 867 km², o equivalente a quase mil campos de futebol por dia.
-A Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu e a APA do Tapajós (PA) perderam áreas de floresta equivalentes a 500 e a 300 campos de futebol apenas em março. Elas foram as duas Unidades de Conservação mais destruídas na Amazônia no mês.
-Em março, oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento, com exceção do Amapá.
-O recorde de destruição trimestral ocorreu em 2021, quando foram derrubados 1.185 km² de floresta nativa (no mesmo ano também foi registrado o pior nível de desmatamento em 10 anos, sendo 10.362 km², o que equivale à metade do estado de Sergipe).

“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. (…) Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, alerta o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.

Amazonas foi estado mais desmatado
No Amazonas, foram 104 km² desmatados em março de 2023. Isso representa um aumento de quase nove vezes em comparação com 2022, quando foram desmatados 12 km².

Raio X do desmatamento: a maioria (76%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em assentamentos (19%), unidades de conservação (4%) e terras indígenas (1%).

Pará teve destruição quase triplicada
O Pará concentrou 27% de toda a derrubada na região, passando de 33 km² em março de 2022 para 91 km² em março de 2023. Isso representa um aumento de 176%.

Três municípios somaram 55% de toda a devastação ocorrida no Pará: Altamira (31 km²), Moju (10 km²) e Novo Progresso (9 km²).

Respectivamente, os outros estados que registraram altos índices de perda de floresta nativa foram: Mato Grosso (25%), Roraima (8%), Rondônia (6%), Maranhão (3%) e Acre (1%).

Estados com desmatamento emergente: no Maranhão, o desmatamento passou de 4 km² em março de 2022 para 9 km² em março de 2023, uma alta de 125%. Já no Acre e no Tocantins não havia sido detectado desmatamento em março do ano passado, mas neste ano registraram destruições de 3 km² e de 1 km², respectivamente.

Do G1