“Em Cotia tenho que pagar Zona Azul e flanelinha drogado”, desabafa moradora

Há três anos o Jornal Cotia Agora denunciou a ação de flanelinhas usuários de drogas em vários pontos de Cotia, principalmente no Centro e nas feiras de domingo e quarta-feira.

Eles ficam em locais de grande movimento de estacionamento nas ruas da cidade, pedindo dinheiro aos motoristas para “olhar” seus veículos.

A Guarda Civil chegou a fazer uma operação e apreender algumas pessoas, sendo que dois eram procurados pela Justiça. Mas, nunca mais aconteceu algum tipo de ação por parte das autoridades de Cotia e o número de flanelinhas só aumenta. Muitas pessoas reclamam da forma de abordagem deles e se sentem coagidas em dar dinheiro, com medo de retaliação, principalmente nos veículos. Mas, o problema é bem maior.

A leitora Graciele enviou reclamação ao Jornal Cotia Agora e desabafa sobre a situação: “Bom dia, queria reclamar e pedir providências às autoridades de Cotia em relação aos flanelinhas que tomaram conta das ruas e calçadas da cidade. Por ser comerciante, eu todo dia e por várias vezes tenho que parar meu carro em algum ponto da região central de Cotia, onde já tenho que pagar a taxa da zona azul. Até aí, espero que o dinheiro que pago seja destinado a melhorias do município, apesar da zona azul não dar nenhuma segurança ao meu carro, se for roubado, arco com o prejuízo, apesar de pagar a zona azul. Pois bem, eis que agora tenho que pagar ela e ainda sou coagida, abordada de forma desrespeitosa por homens drogados que ficam, principalmente, perto do banco Santander. É só parar o carro que algum drogado já vem me encher o saco e no início eu até dava umas moedas, mas parei e perdi a paciência com eles. Na sexta-feira passada um deles, comendo um marmitex, venho me abordar, me tocando e pedindo pra olhar meu carro. Ali foi a gota d’água. O cara estava totalmente drogado e eu falei pra ele que não chegasse perto do meu carro. Ele me xingou, me chamou de tudo que é nome, fiquei nervosa e fui até o Banco do Brasil. Passei mal de nervosa no meio da calçada e duas pessoas que nem me conheciam me ampararam. Minha pressão foi nas alturas de tanto nervoso, procurei me controlar, fiz um depósito no banco e voltei pro carro. Quando ia chegando, vi o rapaz sair na direção contrária e meu carro estava com comida no para brisa, lama na porta da frente e um amassado, parecendo um chute na porta traseira. Fiquei transtornada com aquilo, mas entrei no carro e saí correndo. Por sorte tenho um amigo médico que trabalha perto e ele me socorreu, quase tive um AVC ou infarto, de tanto que passei mal. Nem liguei na hora pro meu marido, por que sei que ele viria correndo até o local e mataria aquele drogado.
Desculpe o desabafo, sei que não vai adiantar de nada, sei que tem muita gente desempregada e acaba ganhando o sustento fazendo o serviço de flanelinha, mas precisamos separar os bons dos ruins. Não acredito nas autoridades policiais de Cotia e nem na prefeitura, mas a partir de agora vou parar meu carro em estacionamentos particulares, pago mais caro, mas não dou dinheiro pra zona azul e nem pra vagabundo drogado“.