Empresas de varejo querem que governo combata mercado on-line

Varejistas que estiveram em Brasília na quinta-feira, defenderam medidas urgentes para combater o mercado ilegal on-line. Pretendem sugerir ao governo e ao Congresso que negociem uma MP (Medida Provisória) que englobe ações com validade imediata até o fim de maio.

O tema foi debatido no seminário “Negócios digitais x Ilegalidade: o Brasil que queremos” realizado pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo) e pelo Poder360, com apoio da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas). O encontro discutiu a importância do varejo digital para o país e como a ilegalidade impacta a competitividade e compromete o desenvolvimento nacional.

Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, disse que os principais problemas enfrentados pelo setor relacionados ao tema sejam enfrentados via uma lei ou uma MP. Na avaliação dela, a venda de produtos falsificados desincentiva a criação de empregos formais no país. “É muito sério o que nós estamos vivendo. É um perde e perde. Quando tem ganha e perde a gente ainda deixa passar. Mas quando todos estão saindo perdendo”, afirmou.

Outro problema citado por Luiza é a compra de bebidas falsas, que também podem causar problemas à saúde da população. “O Congresso tem que aprovar o que o povo quer também. Daqui a 1 mês tem que dar ideia claras de 5 coisas que saíram daqui […] Nós temos que organizar. Até o dia 30 de maio a gente faz”, defendeu no seminário.

Ao Poder360, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, Flávio Rocha, presente no evento, criticou o crossboarding –prática de comprar produtos on-line em outros países e importar para o Brasil. Muitas companhias revendem essa mercadoria sem pagar impostos. O IDV informou que 70% da evasão no comércio digital é impulsionada pela prática. Os preços são até 80% mais baratos, segundo levantamento.

“A gente não quer reforma tributária e sim uma transformação digital do Estado”, disse Flávio Rocha.

O vice-presidente do IDV e CEO da Livraria Cultura, Sergio Herz, defendeu a necessidade de simplificar as regras tributárias para reduzir a concorrência “desleal” entre os negócios digitais na ilegalidade e o varejo brasileiro. Segundo ele, também é necessário a conscientização individual e uma política de controle e rastreamento das transações financeiras.

Por Douglas Rodrigues – Poder 360