Existem três florestas negras no mundo. Uma delas está em Cotia
Você já ouviu falar em floresta negra? Não, não estamos falando daquele delicioso bolo, mas da floresta sim, com árvores e toda sua flora e fauna. No mundo existem apenas três. Uma delas é em Cotia (na foto principal ela está ao fundo) e existe há quase 120 anos, como mostrou o Jornal Cotia Agora, com exclusividade, em 2018.
A Reserva Florestal de Cotia é considerada o pulmão da região oeste metropolitana de São Paulo. Corresponde a 1/3 do território do Município e é rica em sua fauna e flora. Para se ter uma dimensão de seu tamanho, ela é pouco menor que Liechtenstein e quase o dobro de San Marino, países europeus. Dentro dela existem duas represas que abastecem quase 1 milhão de habitantes da região.
São 10 mil hectares de Mata Atlântica que funcionam como um filtro, limpando o nosso ar. Nessa reserva, existe um ponto conhecido como Floresta Negra, constituída de cedros centenários e pinheiros que formam uma linda e diferente paisagem. Em alguns pontos da mata, a escuridão é quase total, por ser fechada de árvores e pela tonalidade escura das folhas. Florestas desse tipo só existem em Cotia, Gramado-RS e em Stuttgart, na Alemanha.
Aliás, a Floresta Negra da Alemanha ainda sofre os reflexos do acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Um estudo mostrado em 2009, por um grande conhecedor da área da nossa floresta, o cotiano Dr. Laércio Camargo, mostrava que vegetação, cogumelos e porcos do mato estavam altamente contaminados com o elemento radioativo Césio 137, o que gerou um enorme desequilíbrio ambiental e um alto risco de contaminação pelo povo local. 16 anos depois do estudo, o cenário mudou pouco.
Não se tem uma ideia exata da idade da floresta negra de Cotia. Os mais antigos falam sobre o início do século passado, entre 1905 e 1915 teria começado a plantação de ciprestes. Um dos moradores mais antigos do Morro Grande, Antonio Joaquim Branco, foi uma das pessoas que plantaram mudas de ciprestes.
Uma das particularidades da floresta negra é a convivência deste tipo de árvore com a mata atlântica. Normalmente onde há pinheiros, eucaliptos, ciprestes e árvores do tipo, não cresce mata atlântica ao lado. Só que na “nossa” floresta há a harmonia entre essas espécies.

Algumas dessas árvores centenárias dão sinais de envelhecimento já há algum tempo. Umas já caíram e outras podem estar no mesmo caminho. A tendência com o passar dos anos, se não houver plantio de novas mudas, é que a mata atlântica domine a área onde hoje é a floresta negra, caso ela desapareça.
A matéria publicada em 2018 pelo Cotia Agora repercutiu e até emissoras de TV se interessaram pelo assunto nos últimos anos.