Ida ao supermercado requer novos cuidados
Vá sozinho, fique o menor tempo possível e foque sua atenção em alimentos e produtos de higiene. A pior fase enfrentada pelo país durante a pandemia exige que os consumidores adotem novas posturas para as compras.
Tanto o governo do Estado quanto a Apas (Associação Paulista de Supermercados) têm reforçado que é preciso o máximo de cuidado neste momento para quem precisa frequentar as lojas físicas. Supermercado não é local de lazer, é para fazer uma compra essencial. Comprar, se retirar e retornar para casa. Não é para levar a família, filhos, parentes e animais domésticos.
Os mercados representam um dos únicos setores que ainda não foram atingidos com restrições pelo Plano São Paulo, em que o governo monitora casos e determina mudanças para evitar o contágio.
Mas algumas cidades optaram por medidas mais rígidas para controlar a contaminação do vírus. Araraquara e Ribeirão Preto fizeram lockdown, que incluiu o fechamento dos supermercados. Na Baixada Santista, eles também não funcionaram durante este fim de semana.
As medidas trouxeram preocupação para a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), que alertou que as redes não tinham condição de operar apenas com delivery por conta da logística necessária para grandes volumes. Em algumas cidades do estado, como no ABC, há restrição no horário de funcionamento durante este feriado.
Segundo Doria, apesar da preocupação com o contágio, o governo não pretende criar restrições para os supermercados. “A recomendação expressa do governo é não fechar supermercados. Eles representam pontos de abastecimento fundamentais para a população, não importa o tamanho.”
Etiqueta na hora das compras
Vá sozinho
A recomendação é não levar acompanhante
Reduza a frequência
Tente ir menos vezes, comprando um pouco mais de mantimentos. Mas não é necessário fazer grandes estoques
Compre produtos essenciais
Evite passar muito tempo no local e priorize o básico.
Eletrodomésticos, roupas, brinquedos, bicicletas e outros bens duráveis podem ser comprados pela internet
Máscara, máscara e máscara!
Não tem conversa. Além de obrigatória, agora há funcionários também verificando se o uso está correto
Toque de recolher
Respeite o horário de restrição imposto pelo governo do estado nesta fase, das 20h às 5h. Apesar de as lojas estarem abertas, a recomendação é usar as redes apenas para emergências durante o toque de recolher
Longe um do outro
Mantenha distância mínima de, ao menos, 1,5 metro das outras pessoas. Não só nas filas dos caixas, mas em todo o mercado. Se o corredor está cheio, espere esvaziar
Passe o álcool gel
Se vai usar cestas ou carrinhos, não esqueça de higienizar os objetos antes. As grandes redes disponibilizam material para isso. Lembre de levar o seu álcool em gel também, por segurança
Menos gente
Supermercados estão liberando a entrada de menos pessoas. A recomendação era de um consumidor por 12 metros quadrados e nesta fase passou para 15 metros quadrados, levando em conta os espaços internos livres. Por isso você pode encontrar mais filas para entrada em horários de pico
Escolha horários mais tranquilos
O fluxo maior de pessoas ocorre em três períodos: logo na abertura das lojas, para atender o público do café da manhã; entre 11h e 12h, quando muita gente planeja o almoço; e no fim da tarde, a partir das 17h, na saída do trabalho da maioria das pessoas. Que tal evitar esses horários? Ah, fins de semanas também são movimentados! Se houver fila para entrada, vale repensar se não pode ir outra hora
‘Foco são as necessidades básicas’
O ar condicionado na medida, piso confortável, música ambiente, degustações, gôndolas coloridas. O superintendente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Carlos Correa, lembra que as grandes redes investiram nos últimos anos para tornar a ida às compras um passeio. “Nós sempre apoiamos a ida da família inteira. Era um passeio, democrático, de forma aberta para todo o tipo de pessoa. A criança no corredor de chocolate era nosso maior garoto propaganda.”
Mas a pandemia exigiu que as pessoas fossem desencorajadas a passar muito tempo e que fossem acompanhadas. “Nesse momento, temos que mudar. Ninguém vai ser barrado se levar a família, mas precisamos de apoio. É um momento de suprir necessidade, não da experiência de compra, por mais que a gente tenha investido nisso”, lembra Correa.
Ele conta que, por estarem desde o início funcionando, foram precurssores em protocolos para receber o público. “Mas as pessoas relaxaram no fim do ano e agora passamos por esse momento. Chamamos os associados e reformulamos algumas regras.” Entre as novas medidas recomendadas pela associação está a liberação de menos clientes por vez, medição de temperatura para entrada e funcionários destinados a orientar sobre uso correto de máscaras e distanciamento mesmo nos corredores de compra.
Para o superintendente, o fechamento dos supermercados prejudicaria principalmente a população do interior e das periferias. “Estão dando como solução os aplicativos. Eu aqui do Alto de Pinheiros abro meu app e tenho um mosaico de opções. Mas não é o que acontece em bairros mais distantes e no interior. Quando a pandemia chegou, muitos estavam engatinhando no delivery. E não é só ter o app, precisa investir em pessoal e embalagens. Quando isso é para quantidade pequena de clientes, consegue fazer. Quando faz para todos, aumenta o prazo de entrega, falta o produto. A entrega não satisfaz.”
Do Metro