Moradores de Cotia relatam dificuldade em encontrar botijão de gás de cozinha

O isolamento social imposto pelo Governo do Estado trouxe inúmeros transtornos à população. Se de um lado, ficar em casa ajuda no combate e fugir do contágio do coronavírus, tem trazido problemas para os comerciantes e funcionários que estão sem trabalhar, alta do preço de muitos produtos e a falta de uns, como o gás de cozinha.

Muitos depósitos da cidade estão com dificuldade em trazer gás para a cidade e comércios maiores, até abastecem diariamente, mas as longas filas de horas faz com que o produto suma rapidamente dos estoques.

O Jornal Cotia Agora tem acompanhado a saga de cotianos em busca do gás. Tem gente que madruga nas filas e em alguns casos não consegue levar o botijão para a casa. Há casos de pessoas que chegam ás 4h da manhã para tentar comprar um gás quando o comércio abre, às 8h.

Também tem os exageros, pessoas que estão estocando gás em casa com medo do desabastecimento e que acabam deixando outros sem o produto.

Tem especulação por parte de comerciantes. Ouvimos pessoas na fila de um depósito no centro de Cotia, que contaram que em seus bairros há comércios negociando o botijão por até 130 reais, sendo que o preço médio é de R$ 70.

Em um depósito no centro de Cotia tem acontecido a espera na fila por horas, todos os dias e o comércio tem atendido algumas dessas pessoas, com quantidades entre 50 e 100 botijões por dia. Na segunda-feira (30) chegaram 200 botijões no início da noite, que acabaram em menos de duas horas. O valor é de 70 reais.

Segundo um funcionário do comércio, o caminhão chegou a ir buscar em Santos, já que o depósito da Petrobrás em Barueri estava limitando a distribuição.

O caminhão chega e logo o produto é vendido. Mesmo caso em depósitos no Atalaia e Caucaia. Porém, leitores do Jornal Cotia Agora relatam que alguns depósitos não estão recebendo os botijões.

No Tijuco Preto, Portão, Granja Viana e região do Rio Cotia, onde há depósitos maiores, não tem gás. Em um revendedor no km 32 da Raposo Tavares tem até uma faixa avisando que o produto acabou. Os comerciantes menores então nem abrem mais os estabelecimentos.

Mas, e como fica uma família sem gás? Há relatos de pessoas que estão há mais de cinco dias sem cozinhar, tendo que improvisar o preparo da comida em micro ondas e até em forno a lenha. “Voltei aos tempos que morava num sítio em Minas Gerais, quando não tinha gás e fazíamos sempre na lenha. Absurdo faltar o gás“, disse uma dona de casa.

Estamos desabastecidos há pelo menos três semanas. Não tem previsão, tanto os comércios pequenos como os grandes. Todos eles falam a mesma coisa, que não sabem quando chega“, relatou uma moradora pelo WhatsApp do jornal.

Em casa o gás durava 3 meses, lá somos eu, meu marido e dois filhos, mas eles trabalham e estudam e comem pouco em casa. Agora que está todo mundo trancado, eu acabo cozinhando todo dia e o botijão que eu tinha pela metade acabou. Agora tô aqui na fila há três horas e espero conseguir comprar“, disse uma munícipe, que, infelizmente, uma hora depois, na sua vez, o gás do depósito acabou e ela voltou para casa com o botijão vazio.

O sindicato dos revendedores de gás diz que a situação deve se normalizar em duas semanas e que os revendedores não estavam preparados para essa venda desenfreada. Mas, a Petrobrás aumentou a cota de distribuição para as revendedoras, que deve aumentar a oferta.