Policiais e secretários de Cotia são alvos de operação suspeitos de corrupção e crime ambiental no Parque das Nascentes

*Matéria atualizada em 25/06

Policiais e secretários de Cotia são alvos de operação suspeitos de corrupção e crime ambiental em área de preservação

O Ministério Público de São Paulo realizou na sexta-feira (24) uma operação contra um esquema de crime ambiental e corrupção em uma área de proteção em Cotia.

Entre os alvos, estão um policial militar ambiental de Cotia e um policial civil de Embu das Artes, além dos secretário da Prefeitura de Cotia, de Meio Ambiente, Gustavo Gemente; de Assuntos Jurídicos, Vitor Marques e o ex de Habitação, Sérgio Folha. Foram apreendidos R$ 122 mil nas casas dos secretários Gustavo e Vitor.

Em nota, a Prefeitura de Cotia diz estar à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e que irá se manifestar quanto tiver acesso ao processo.

Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão. Eles são suspeitos de receber propina para alertar sobre operações e deixar de investigar as pessoas responsáveis por desmatar e lotear a área.

A investigação é o desdobramento da Fast Track, que em 2020 prendeu integrantes do PCC – Primeiro Comando da Capital. A área, conhecida como Parque das Nascentes, foi doada pelo Dersa à Prefeitura de Cotia como compensação ambiental durante a construção do trecho oeste do Rodoanel.

Trata-se de uma APP (Área de Proteção Permanente) com vegetação da Mata Atlântica e 13 nascentes. O desmatamento começou em 2019 e se intensificou durante a pandemia. Os invasores derrubam as árvores e fazem um loteamento clandestino. Os terrenos são vendidos por cerca de R$ 20 mil.

De acordo com Roberta Amá Ferrante Alves, promotora de Justiça do Gaeco, “os secretários estariam envolvidos no pagamento de propina em contrapartida ao favorecimento de informações e afrouxamento de atuações do poder público na fiscalização”. Ainda segundo Alves, “a organização criminosa já teria faturado cerca de R$ 124 milhões”.

Seis pessoas foram presas, entre elas, um policial militar ambiental de Cotia e um policial civil de Embu das Artes. Eles são suspeitos de receber propina para alertar sobre operações e deixar de investigar as pessoas responsáveis por desmatar e lotear a área.

Do G1