Urologista esclarece mitos e verdades sobre saúde íntima masculina

Rafael Buta, da Aliança Instituto de Oncologia, responde as perguntas mais comuns no consultório

Apesar de serem conhecidos por realizar acompanhamento médico com menos frequência que o indicado, os homens também têm dúvidas quando a questão é íntima. O urologista Rafael Buta, da Aliança Instituto de Oncologia, destacou os questionamentos mais recorrentes do público masculino no consultório.

O médico ressalta a importância de manter a saúde em dia. “Realizar exames e consultas de rotina é fundamental para manter a saúde estável e evitar o diagnóstico de doenças em estágio avançado”, considera.

Fimose dificulta a higienização do pênis, o que pode causar diversas infecções e doenças.

Verdade. Fimose consiste em um estreitamento na abertura do prepúcio (pele que recobre a glande do pênis) que dificulta ou impede a exposição da própria glande (“cabeça do pênis”). Ou seja, se ao puxar essa pele, você não consegue expor a cabeça do pênis, é porque tem fimose.

A fimose dificulta a higienização da glande, predispondo a infecções e aumentando a chance de desenvolvimento de câncer de pênis. Além disso, pode levar a desconforto e lesões durante o ato sexual.

A cirurgia para tratar a fimose consiste em uma pequena operação cirúrgica para retirada do prepúcio. É um procedimento rápido e que pode ser realizado em caráter ambulatorial (sem necessidade de internação hospitalar).

A vasectomia é reversível.

Verdade. A vasectomia consiste em uma pequena operação, feita com anestesia local, na qual é interrompida de forma definitiva o ducto deferente (via de passagem dos espermatozóides do testículo para a uretra e daí para o meio externo). Apesar de a vasectomia poder ser revertida por meio de uma operação delicada, o potencial de fertilidade do paciente após a reversão é reduzido com o passar do tempo após a operação.

Após a vasectomia, o homem perde a libido e não consegue ter ereções.

Mito. Após o procedimento, o homem continua a ejacular normalmente, pois a grande parte do esperma vem da próstata e das vesículas seminais. Mas esse líquido não mais vai conter espermatozoides. A vasectomia não causa disfunção erétil nem distúrbios da ejaculação, ela apenas vai impedir a saída dos espermatozoides.

Ejaculação precoce não tem cura.

Mito. Ejaculação é a liberação do sêmen pelo pênis. É dita precoce quando o homem sente que não tem controle sobre a ejaculação, e ela acaba ocorrendo antes do que ele gostaria (antes, no momento ou logo após a penetração), em resposta ao mínimo estímulo sexual. É a disfunção sexual que mais acomete o homem (25% a 30% da população masculina apresenta essa condição). É importante ressaltar que essa condição tem tratamento, que pode ser baseado em técnicas comportamentais, medicamentos e psicoterapia. O tratamento tem como objetivo a redução da ansiedade do paciente, para que ele possa ser capaz de controlar melhor a ejaculação.

Nervosismo e ansiedade na hora do sexo podem causar disfunção erétil.

Verdade. A disfunção erétil pode ocorrer devido a causas psicogênicas ou causas físicas (orgânicas). Causas psicogênicas (nervosismo, ansiedade e medo de falhar durante a relação) aumentam a liberação dos hormônios do estresse. Com isso, há uma descarga de adrenalina no organismo, dificultando o relaxamento do músculo peniano e atrapalhando a ereção.

Causas orgânicas são aquelas em que há algum problema em um dos componentes responsáveis pela ereção. Doenças que acometem a capacidade de o cérebro enviar comandos para a periferia do corpo (acidente vascular encefálico ou esclerose múltipla); doenças que afetam os nervos periféricos (diabetes mellitus ou cirurgia para o tratamento do câncer de próstata); condições que causam lesões aos pequenos vasos sanguíneos do pênis (hipertensão arterial, tabagismo ou elevação do colesterol) podem levar a disfunção erétil.

A disfunção erétil atinge apenas pessoas com mais de 40 anos.

Mito. A disfunção erétil pode acontecer em qualquer época da vida adulta, inclusive com os jovens, porém as chances aumentam com o passar da idade.

A partir dos 40 – 45 anos, todos os homens têm andropausa.

Mito. Os estudos apontam que apenas 20% dos homens com mais de 40 anos de idade sofrerão a queda da testosterona. Andropausa é um termo que se refere à queda do nível dos hormônios masculinos, que pode ocorrer a partir dos 40 – 45 anos de idade. Entretanto, o termo médico correto é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM). O tratamento consiste na reposição da testosterona, na forma de injeção intramuscular ou transdérmica (gel aplicado diretamente na pela, diariamente).