Vereadores de Cotia aprovam projeto que cria espaço para práticas perigosas com motocicletas

A população de Cotia, principalmente da periferia, não aguenta mais os barulhos e manobras perigosas cometidas por motoqueiros, que, principalmente aos finais de semana, infernizam a vida de quem quer ter sossego e dormir tranquilo.

Não é de hoje que o número de reclamações sobre motoqueiros que ficam empinando e estourando os escapamentos de suas motos, vem crescendo toda semana. O Jornal Cotia Agora já publicou diversas vezes reclamações de moradores da região do Morro do Macaco, Nova Vida, Mirizola, Atalaia, Sandra, entre tantos outros bairros onde a prática criminosa acontece, sem nenhuma providência por parte das autoridades.

Agora, vereadores de Cotia aprovaram a criação de um espaço público para que esses motoqueiros se exibam com suas motos, com a alegação de que, tendo um local apropriado, eles deixarão de fazer as manobras nas ruas.

O PL 39 de autoria do vereador Serginho e o PL 40, de Sandrinho, foram aprovados na sessão desta terça-feira (11) na Câmara Municipal por 8 votos e agora vai para sanção ou veto do prefeito Rogério Franco.

Na prática, a Prefeitura vai gastar dinheiro público para que eventos deste tipo, chamado de wheeling, popularmente conhecido como ‘grau’, sejam feitos na cidade, em local, que, segundo os vereadores, terão toda estrutura e segurança.

Vale lembrar que há cerca de quatro anos houve encontro semelhante no recinto de eventos ao lado do Terminal Metropolitano, onde centenas de motoqueiros fizeram suas manobras durante todo um domingo, o que desagradou moradores de pelo menos quatro bairros vizinhos, que tiveram que fechar portas e janelas, tamanho o barulho e poeira causados.

O que diz a lei

O CTB – Código de Trânsito Brasileiro define como infrações aquelas condutas que, por algum motivo, trazem riscos para o trânsito, tanto para o condutor infrator quanto para demais condutores, pedestres ou ciclistas.

Em outras palavras, as condutas perigosas, como empinar moto, são consideradas infrações pelo CTB, e as penalidades dependerão do quão grave elas são. Por isso mesmo, uma infração pode ser leve, média, grave ou gravíssima.

Segundo o artigo 244, inciso III, do CTB, empinar moto (ou, em outras palavras, conduzir motocicleta equilibrando-se apenas em uma das rodas) é uma infração gravíssima, cujas penalidades são bastante rígidas.

O condutor flagrado empinando moto poderá sofrer as seguintes consequências, segundo o art. 244, inciso III, do CTB:

• Multa no valor de R$ 293,47
• Suspensão automática do direito de dirigir: Conduzir moto em apenas uma das rodas é uma infração autossuspensiva, o que significa que o condutor terá a sua CNH suspensa, independentemente de quantos pontos tenha acumulados em sua CNH.

Vale lembrar que, na suspensão da CNH, o condutor estará proibido de conduzir veículos automotores por prazo determinado pelo Detran.

Cumprido esse prazo, ele terá, ainda, que passar pela frequência obrigatória no curso de reciclagem e realizar uma prova teórica sobre o conteúdo visto nesse curso. Somente após cumprir 30 horas/aula do curso e obter a aprovação no exame é que a carteira será recuperada.

Por que empinar moto é crime?

Pense bem, quando uma certa prática acaba colocando em risco uma parcela da sociedade, é justo que essa atividade seja legalizada? Se a resposta na sua mente nesse momento for “não”, então você está correto. E é justamente esse o caso do empinamento de moto.

Quando um motociclista empina uma moto, ele coloca em risco não só a sua própria integridade física, como também a de outras pessoas ao seu redor. Isso ocorre porque a instabilidade em cima de uma única roda aumenta as chances de queda. E as quedas têm a capacidade de proporcionar um “efeito dominó” no trânsito. Esse tipo de efeito acontece quando um acidente inicial gera mais acidentes em sequência nas redondezas. Algo que é muito bem exemplificado pelos engavetamentos.

Dessa forma, empinar moto acaba sendo uma prática proibida justamente por colocar em risco a segurança no trânsito de um grande número de pessoas.

Da Redação do Cotia Agora com colaboração de Alba Moto