Bióloga Tatiana Silva fala sobre o ADH, o hormônio antidiurético

Por que quando ingerimos bebida alcoólica vamos mais vezes ao banheiro?

Nosso organismo produz um hormônio chamado de ADH (hormônio antidiurético) ou vasopressina. Esse hormônio tem como função regular a excreção e absorção nos rins. O ADH, juntamente com outros hormônios, ativa a reabsorção se a concentração de algumas substâncias estiver muito baixa, ou elimina as substâncias em excesso.

O processo de formação de urina no rim acontece mais precisamente em uma estrutura chamada de néfron e toda a urina resulta da filtragem do sangue que passa por esses néfrons. Essa estrutura também tem como função eliminar substâncias tóxicas ou substâncias presentes em excesso, como por exemplo, a água, que de acordo com o volume sanguíneo pode ser eliminada em maior quantidade, ou ser reabsorvida para evitar uma desidratação.

Quando ingerimos bebida alcoólica, inibimos a liberação de ADH. Quando o álcool é consumido, ele entra na corrente sanguínea e uma parte do nosso cérebro bloqueia a liberação do ADH e isso prejudica a reabsorção de água. Assim, fica uma grande quantidade de água no sangue, e consequentemente uma menor absorção da água, possibilitando maior excreção da mesma. É aí que ocorre a eliminação excessiva desse liquido através da urina, por isso vamos bastante ao banheiro.

No dia seguinte, temos a famosa ressaca e acordamos com a boca seca e a necessidade de beber água. Isso ocorre porque nosso organismo está desidratado depois do excesso de eliminação de água pela urina. A ressaca tem relação com uma substância chamada de acetaldeído. Se a quantidade de álcool ingerida for pequena, o fígado consegue metabolizar o álcool, que vira acetaldeído, e logo, por alguns processos se transforma em acetato, que não é prejudicial para o organismo. Porém, quando a quantidade ingerida de álcool é grande, a transformação do acetaldeído é mais lenta e ele fica acumulado na corrente sanguínea provocando as reações da ressaca. Acredita-se que o acetaldeído atua diretamente no sistema nervoso central, dilatando vasos sanguíneos e assim causa pressão baixa, tontura, vômito, taquicardia e dor de cabeça.

*Tatiana Silva é graduada em Ciências Biológicas pela UMC- Universidade de Mogi das Cruzes e escreve  no Jornal Cotia Agora