Coluna de Rafael Oliveira: A banda sueca Ghost e seu novo disco, Impera

Mais uma vez a banda sueca Ghost surpreende o mundo com mais um disco, dessa vez consegui a tempo ouvir seu material e confesso a vocês que está espetacular, também já fiz uma pequena resenha sobre outro disco do grupo (você confere nos links abaixo), mas hoje o disco álbum que vamos dar nossas humildes impressões é “Impera”.

Este disco foi lançado em meados de março de 2022 e ele carrega algumas características interessantes, a começar pela capa que faz alusão ao antigo ocultista inglês Aleister Crowley, o tema do disco se refere a ascensão e queda de império, onde foi definido como tema que ocorre centenas de anos depois da “Peste Negra” que foi tema do disco anterior “Prequelle”.

As inspirações para este disco segundo o vocalista Tobias Forge teriam surgido com base em um livro chamado “The Rule Of Empires: Those Who Built Them, Those Who Endured Them, And Why They Always Fall” (A Regra dos Impérios: Aqueles Que Os Construíram, Aqueles que os Suportaram e Porque Eles Sempre Caem).

O disco se inicia com a faixa de quase 1 minuto e 50s chamada “Imperium” uma versão acústica e bem simples, mas já na segunda faixa “Kaisarion” o característico som de hard rock e do heavy metal dos anos 70 e 80, presente nos elementos da música, me faz lembrar os clássicos de Blue Oyster Cult, muito semelhante a banda e incrível pela qualidade e a tradição. Além do fato da canção remeter referências a Hipátia de Alexandria (filósofa e primeira matemática morta no século 5).
A terceira faixa “Spillways” música grudenta, mas de boa qualidade, um poderoso teclado meloso com entrada bem colocado, um estilo dark e com as características pop do estilo sueco.

As duas canções seguintes – “Call Me Little Sushine” e “Hunter’s Moon” vêm na esteira como material publicitário e divulgado pela banda, algumas pessoas dizem que ambas as músicas deveriam ser apenas “singles”, sendo a primeira canção obra dedicada ao ocultista Crowley e que faz uma boa alusão aos primeiros discos da banda, a segunda canção é mais radiofônica e de certa forma muito semelhante aos trabalhos mais recentes da banda.

Essa última canção foi composta para o filme “Halloween Kills” e olha que assiste ao filme do lendário Michael Myers e confesso que ouvi direitinho e reparei no som do Ghost, estava lá perfeitamente bem colocado, não sendo uma das melhores canções do disco.
Seguindo com o disco, nós vamos ter logo na sequência a canção “Watcher In The Sky” uma faixa com repetições comuns, um som com desempenho instrumental e heavy metal, uma critica pontual ao negacionismo da ciência.

Nesta nova fase do disco as coisas tomam uma proporção diferente como a segunda introdução totalmente dark de “Dominion” e iniciando a segunda etapa do disco com “Twenties” com som tipicamente pesado e fazendo mais uma referência as canções dos morros cariocas do Brasil uma mistura de hip hop, funk e groove de bateria bem exacerbado, seguido pela melodia e o peso do metal.

Segundo o colunista Igor Miranda do site que recebe seu nome as canções a seguir e as últimas do álbum figuram dessa fora aqui:
[…] “Darkness at the Heart of My Love” não é só uma balada. É uma balada com estalo de dedos e vários outros clichês radiofônicos que soam até debochados nas mãos do Ghost – o que torna tudo bem divertido. Não é o caso, mas sua estrutura realmente parece ter sido elaborada por algum dos vários grandes produtores de música pop da Suécia, país que exporta bons profissionais nesse sentido.

“Griftwood”, com claras críticas a políticos que se valem da religião para chegar ao poder e cometer atrocidades (sendo Mike Pence, vice-presidente da era Trump nos Estados Unidos, a principal inspiração), também faz uso de clichês, mas do hard rock oitentista. Trechos de letra com poucas palavras, gritos de “u-uh”, transições com dobras de guitarra, versos com instrumental econômico, refrão facilmente cantarolável… está tudo ali. E funciona. Como na faixa anterior, parece adquirir certo tom irônico, já que tudo isso é executado em torno de uma letra altamente crítica.

A vinheta mais tensa entre as três, “Bite of Passage”, cria o ambiente para o encerramento definitivo com “Respite On the Spitalfields”. O tom alarmista da letra reflete sobre o movimento cíclico dos impérios de nossa sociedade ao fazer referências a Jack, o Estripador, assassino jamais capturado. Quase progressiva, a faixa de quase 7 minutos é repleta de contrastes: verso e solos apostam em timbres e construções tipicamente oitentistas, cheios de reverberação e elementos que deixam o som cheio; refrão e outras passagens instrumentais são pesadas a ponto de Tobias Forge cantar usando um tipo de gutural. Mais uma boa canção que parece funcionar melhor no contexto do disco do que isoladamente.”

A canção “Kaisaron” é a música escolhida para colocar na setlist Programa Garimpo da Rádio Meteleco – https://meteleco.net/ – semanalmente exibido às 16hs de segundas as sextas-feiras.
Sem mais! Até a próxima resenha.

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*Rafael S. de Oliveira – Mórmon/SUD – Com oficio de Elder, Diretor de Assuntos Públicos e Especialista de Bem Estar, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Vice-Presidente – O Observatório: Associação de Controle Social e Políticas Públicas da Zona Oeste de SP (mandato 2020-2023). Técnico em Políticas Públicas pelo PSDB (Partido da Social Democracia do Brasil), Engenheiro de Produção e ex-gestor por 3 grandes empresas (Luft Logistics, IGO SP e TCI BPO). Apresentador e Produtor pela Rádio Meteleco.Net (Programa Garimpo) e Colunista no Jornal Cotia Agora (Caderno de Música, Discos, Experiencias e Cultura).