Coluna de Rafael Oliveira: Queens of Stone Age e o disco In Times New Roman

Uma viagem sombria ao rock moderno

O Queens of the Stone Age voltou em 2023 com “In Times New Roman…”, seu oitavo álbum de estúdio, trazendo um som cru, denso e visceral. Liderado por Josh Homme, o disco apresenta um clima sombrio e introspectivo, refletindo os desafios pessoais do vocalista nos últimos anos. Com uma produção encorpada e cheia de camadas, a banda resgata elementos do stoner rock característicos de seus primeiros trabalhos, mas sem abrir mão da sofisticação e do experimentalismo que marcaram álbuns como Like Clockwork (2013) e Villains (2017).

Gravado no icônico estúdio Pink Duck, o álbum tão orgânico e cheio de energia, com guitarras pesadas, graves marcantes e baterias que alternam entre o groove e a brutalidade. A sonoridade suja e um tanto claustrofóbica dá um ar decadente, quase apocalíptico, o que torna a experiência de audição ainda mais imersiva.

A seguir, exploraremos cada faixa de In Times New Roman… , mergulhando na jornada sonora única que a banda nos fornece.
“Obscenery” A faixa de abertura já define o tom do álbum: guitarras pesadas e sujas, uma bateria pulsante e a voz característica de Josh Homme entoando versos melancólicos. O groove arrastado remete ao lado mais sombrio do QOTSA, lembrando a era Songs for the Deaf . É um começo poderoso e hipnótico.

“Paper Machete” Aqui, uma banda acelera o ritmo com uma pegada mais direta e vibrante. A canção tem um riff pegajoso e uma melodia envolvente, tornando-se um dos momentos mais acessíveis do álbum. A energia remete à fase Rated R , mas com um refinamento maior na produção.

“Negative Space” Essa faixa traz uma sensação flutuante, quase psicodélica, com um baixo marcante e guitarras hipnóticas. O refrão é melódico, contrastando com versos sombrios e densos. A sensação de espaço negativo no título se reflete na instrumentação, que alterna entre camadas cheias e momentos mais minimalistas.

“Time & Place” Com um groove peculiar e batidas marcadas, a música traz um toque de mistério e sensualidade. A linha de baixo sinuosa e os vocais de Homme criam uma atmosfera intrigante. A construção da faixa segue um crescendo, tornando-se cada vez mais intensa até atingir um clímax explosivo.

“Made to Parade” Essa faixa tem um ritmo quase marcial, como um desfile sombrio e decadente. A instrumentação é rica em efeitos e texturas, criando um som denso e psicodélico. O refrão é hipnótico, e a bateria tem uma pegada tribal, adicionando camadas rítmicas interessantes.
“Carnavoyeur” Aqui, o QOTSA mergulha em um território mais atmosférico e introspectivo. A melodia melancólica e os sintetizadores discretos dão um tom quase cinematográfico à faixa. O título, uma fusão de “carnaval” e “voyeur”, reflete bem a sensação de estar observando uma festa decadente de longa duração, sem realmente participar.

“What the Peephole Say” Uma das faixas mais dançantes do álbum, com um riff contagiante e um groove viciante. Lembra um pouco a vibe de Villains, mas com um toque mais sujo e agressivo. É uma música que certamente funciona muito bem ao vivo.

“Sicily” Uma viagem psicodélica e dramática, “Sicília” tem um ar misterioso e evocativo. A instrumentação minimalista nos versos dá espaço para explosões sonoras no refrão, criando um jogo de dinâmica envolvente. A faixa tem um tom cinematográfico, como se fez parte da trilha de um filme noir moderno.

“Emotion Sickness” é como entrar em um turbilhão de riffs hipnóticos e batidas marcantes, com um groove contagiante e um clima sombrio. A canção mistura peso e melodia de forma intensa, enquanto a voz de Josh Homme conduz a experiência com seu tom sedutor e melancólico. É um verdadeiro hino moderno do Queens of the Stone Age, equilibrando agressividade e sofisticação.

“Straight Jacket Fitting” é como embarcar em uma jornada épica e introspectiva. A música começa de forma atmosférica e melancólica, evoluindo lentamente para momentos explosivos e grandiosos. Com mudanças dinâmicas e uma instrumentação rica, a faixa encerra In Times New Roman… de maneira cinematográfica, deixando uma sensação de inquietação e reflexão.

“Emotion Sickness” eu escolho para fazer parte da setlist do Programa Garimpo da Rádio Meteleco – https://meteleco.net – semanalmente exibido às 16hs de segundas as sextas-feiras.

A letra se destaca como o grande momento do álbum. Com um riff marcante, uma energia viciante e um equilíbrio perfeito entre peso e melodia, a música encapsula tudo que o Queens of the Stone Age faz de melhor. Além disso, sua letra introspectiva e o groove contagiante tornam a experiência de ouvi-la irresistível.

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*Rafael S. de Oliveira – Mórmon/SUD – Com oficio de Elder, Diretor de Assuntos Públicos e Especialista de Bem Estar, membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Vice-Presidente – O Observatório: Associação de Controle Social e Políticas Públicas da Zona Oeste de SP (mandato 2020-2023). Técnico em Políticas Públicas pelo PSDB (Partido da Social Democracia do Brasil), Engenheiro de Produção e ex-gestor por 3 grandes empresas (Luft Logistics, IGO SP e TCI BPO). Apresentador e Produtor pela Rádio Meteleco.Net (Programa Garimpo) e Colunista no Jornal Cotia Agora (Caderno de Música, Discos, Experiencias e Cultura).