Coluna do Dr. Thiago Camargo: Transtorno do Espectro Autista (TEA)

As fundamentais caraterísticas do autismo são a dificuldade na comunicação e interação social, bem como padrões repetitivos de comportamento.

Identificar o mais precocemente possível uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é a melhor maneira de acolhê-la.

Salientamos que o autismo não é uma doença. As pessoas com TEA precisam ser entendidas como cidadãos que possuem características particulares e precisam de ajuda para viverem com autonomia.

No dia 2 de abril é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, objetivando a busca de “mais informação, menos preconceito”.

As principais caraterísticas do autismo são a dificuldade na comunicação e interação social, apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento, atividades ou mesmo interesses. O atraso na fala, a dificuldade no contato visual, ou a ausência de resposta quando chamado são os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro Autista), prejudicando o desenvolvimento neuropsicomotor.

Estudos científicos demostram que quanto mais cedo se faz o diagnóstico e a intervenção, maior e melhor é o desenvolvimento da criança devido a capacidade de neuroplasticidade, e de maior potencial de aprendizado, além do período de adaptação da criança e do conhecimento da família.

O Brasil tem aproximadamente 2 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo, mas este número pode ser muito maior, pois muitos pais e até mesmo profissionais de saúde não conseguem relacionar o comportamento da criança com o TEA.

Níveis de autismo:
• Leve: Quando a criança necessita de algum apoio para ajudá-la a superar as limitações na comunicação e na interação social.
• Moderado: A criança necessita de um repertório maior de apoio, as limitações de comunicação verbal e não verbal são muito maiores e a interação social é muito mais difícil.
• Severo: Apresenta mais prejuízos, com grandes obstáculos na interação com as pessoas, além dos grandes prejuízos na comunicação verbal e não verbal.

Os pais devem ficar atentos a qualquer atraso no desenvolvimento de habilidades da criança – como por exemplo a fala – e se ela tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas ou de se concentrar em uma atividade. Esse diagnóstico pode ser feito entre os 12 e 24 meses de idade.

É importante salientar que o autismo é uma dificuldade de comunicação social. Não só de fala, mas também dificuldade de contato visual, apontar, compartilhar brincadeiras. São crianças com movimentos repetitivos, estereotipias (repetições e rituais que podem ser linguísticos, motores e até de postura) e alterações sensoriais, que podem atrapalhar o seu desenvolvimento funcional.

Os fatores de risco para Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem incluir:
• Genética: Histórico familiar de TEA pode aumentar o risco.
• Idade dos pais: Pais mais velhos têm um risco ligeiramente maior de ter um filho com TEA.
• Complicações durante a gravidez ou parto: Certas complicações, como nascimento prematuro ou exposição a toxinas durante a gravidez, podem aumentar o risco.
• Sexo: Meninos têm maior probabilidade de serem diagnosticados com TEA do que meninas.
• Condições médicas: Certas condições médicas, como síndrome do “X” frágil e doenças autoimunes, podem aumentar o risco de TEA.
• Exposição a certos medicamentos durante a gravidez: Alguns medicamentos ou drogas (inclusive álcool) podem aumentar o risco de TEA quando tomados durante a gravidez.
• Ambiente: Exposição a poluentes ambientais ou fatores de estresse pode aumentar o risco.

É importante frisar que tais fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento do TEA, mas não garantem que o indivíduo vá desenvolver o transtorno.

A acompanhamento para desenvolver as habilidades e a sociabilização são as estratégias mais eficazes para ajudar as crianças com Transtorno do Espectro
Autista (TEA). A recomendação dos especialistas é que ela frequente escolas normais – interagindo com crianças que não possuem TEA – e não “especiais”.

O colar Girassol tem o objetivo de conferir um reconhecimento a pessoas com deficiências não visíveis como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), fobias sociais, surdez, baixa visão, doenças oncológicas, entre outras, facilitando o atendimento prioritário e diferenciado deste público.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista e especialista em saúde da mulher e escreve no Jornal Cotia Agora desde 2015.