Dr. Thiago Camargo aborda em sua coluna os “zumbidos no ouvido”

O zumbido no ouvido é um sinal de alerta indicando que há algo de errado no organismo. Pode ocorrer por erros alimentares, medicamentos tóxicos, excesso de barulho na profissão ou no lazer, estresse e outros problemas de dentro ou de fora do ouvido.

Estatísticas informam que o zumbido no ouvido já afeta uma a cada quatro pessoas no mundo e mais de 28 milhões de brasileiros. Cerca 90% deles também tem algum grau de perda auditiva, ou seja, dificuldade para ouvir ou entender um som. Essa perda auditiva pode ser discreta ou bem aparente, dependendo se afeta um ou os dois ouvidos.

Muitas pessoas valorizam muito mais o incômodo com o zumbido do que o incômodo com a perda auditiva, no entanto, é fundamental para os médicos, estabelecer se o zumbido é consequência ou não da perda auditiva, mesmo que o próprio paciente não a valorize. Isso porque, nesses casos, é muito importante conseguir melhorar a audição e automaticamente melhorar o zumbido.

Esse problema já afeta até crianças e adolescentes, de tão comum que está se tornando. Infelizmente, muitos não se prontificam a procurar ajuda médica para investigação e tratamento precoce, fazendo com que os problemas fiquem crônicos e mais difíceis de tratar.

Segundo os otorrinolaringologistas (médicos especialistas em doenças do ouvido, nariz e garganta), a falta de procura por ajuda precoce tem dois motivos principais: um deles é a falta de conhecimento sobre o problema, mas o outro é mais grave: há muitas pessoas que “disfarçam” e não assumem a presença dos sintomas. Acham que o resultado alterado da audiometria não é correto, que precisam aumentar o volume da televisão porque os atores não falam bem ou porque o aparelho está com defeito, ou ainda, que é mal compreendido porque a família reclama à toa quando o paciente pede para repetir o que foi falado.

Às vezes, quem já sabe que tem alguma perda auditiva tem medo de procurar ajuda e ouvir do médico que vai precisar usar aparelho auditivo. Infelizmente, esse preconceito ainda limita muito os médicos a ajudar satisfatoriamente as pessoas que têm zumbido e perda auditiva.

*Dr. Thiago Camargo (CRM 107445) é ginecologista, especialista em saúde da mulher e escreve no Jornal Cotia Agora.