Sociedade se mobiliza contra projeto Nova Raposo e pedágios no trecho urbano

Recentemente o Jornal Cotia Agora publicou matéria sobre o projeto Nova Raposo, que consiste em uma nova licitação do Governo de SP para que algumas rodovias passem a ter novas concessões, entre elas, a Raposo Tavares, no trecho entre a Capital e Cotia.

Uma das polêmicas do projeto é a implantação de praças de pedágios no trecho, alguns no sistema free flow. Mas, a sociedade começa a se mexer para impedir o projeto do governo, como mostra a reportagem da Rede Brasil Atual.

Moradores e ambientalistas se mobilizam

Entidades de ambientalistas e moradores que atuam na região de influência da Rodovia Raposo Tavares, articulam uma mobilização para resistir e combater um projeto de pórticos de pedágios para a rodovia, apresentado pelo Governo de SP.

O projeto é de conceder à iniciativa privada o trecho da Raposo entre a capital e Cotia. Esse trecho, que atualmente não cobra pedágio, terá seis novos pórticos de cobrança automática após a concessão.

Os pedágios a serem instalados serão do sistema free flow, sem cabines, com sistema automático livre e pagamento da tarifa por meio 100% automático. Segundo o projeto, haverá pórticos do novo sistema de cobrança nos seguintes pontos: Km 11,8 (R$ 0,62), Km 15,1 (R$ 0,77), Km 19,8 (R$ 0,92), Km 24,7 (R$ 1,27), Km 29,07 (R$ 1,65) e Km 39,1 (R$ 2,30). Pelo projeto, esses valores serão válidos para o primeiro ano de cobrança. Os pórticos têm previsão de serem instalados em março de 2026, segundo informações do jornal Visão Oeste.

No domingo (14), mais de 60 pessoas participaram de uma reunião online de emergência convocada por diversas entidades, entre elas a Rede Butantã e a Rede Ambiental Butantã, além de conselheiros do CADES Butantã e do Conselho Participativo Municipal para criar um movimento contra o projeto “Nova Raposo”.

Sem participação popular
“Soubemos do projeto pelo jornal (“Plano para a Raposo prevê túneis e pedágio no trecho entre SP e Cotia”/Estadão 11/4), o que nos surpreendeu terrivelmente. Não houve consulta pública nem audiências divulgadas. Esse projeto impacta terrivelmente bairros residenciais e arborizados, como o Jardim Previdência e demais bairros do Butantã, e mostra uma mentalidade atrasada, rodoviarista, nada sustentável”, diz, indignado, o diretor de relações externas da Amapar (Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência), Sérgio Reze.

Para o conselheiro do Conselho Participativo Municipal, Ernesto Maeda, “trata-se de um absurdo que um projeto de tamanha dimensão, com imenso impacto em todo o território de sua influência, inclusive com previsão de implantação de pedágio dentro de área urbana consolidada não tenha participação popular e de especialistas”.

Martha Pimenta, da Rede Butantã, movimento que atua na região há mais de 20 anos argumenta que é “fundamental ter mecanismos de consulta que permitam a participação da população que tem ainda acesso difícil e restrito à Internet, passa duas horas no ônibus só na Rodovia Raposo Tavares para trabalhar no centro, sempre congestionada com carros com um único tripulante. Faz 20 anos que pedimos a faixa exclusiva de ônibus e nada foi feito”.

Veja mais informações:
https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/moradores-e-ambientalistas-mobilizam-se-contra-pedagios-na-rodovia-raposo-tavares/