Coluna espírita de Lucio Cândido Rosa: O consolo da psicografia

Qual de nós, talvez não tenha perdido o pai, a mãe, um filho, uma filha, um parente próximo ou amigo?
Caso isso tenha acontecido, se não tivermos o entendimento ou compreensão necessária do que é a vida após a morte, poderemos vir a sofrer desequilíbrios emocionais, das mais variadas formas, ou simplesmente perdermos a vontade de viver.
Na ânsia de afastar essa dor insuportável, procuramos uma casa Espírita, pois ouvimos dizer, que lá há médiuns que recebem cartas psicografadas (via mediúnica), que na verdade, seriam cartas do além túmulo, trazendo notícias daqueles que já se foram.
Tais mensagens, informariam como esses entes se encontram e vivem na Espiritualidade.
Como ocorre a psicografia?
A pessoa que tem a mediunidade ostensiva da psicografia, deverá ter o apoio de outros médiuns, que possam fornecer a energia necessária ao Espírito, para que se manifeste, conseguindo passar a mensagem.
O médium à disposição, ouve através de seu corpo espiritual, o pensamento daquele Espírito que já se foi, e transcreve para o papel.
A mensagem poderá ser passada de outras formas também.
O Espírito coloca sua mão fluidica sobre a mão do médium, e a conduz na escrita da mensagem que deseja transmitir.
Outras vezes, o mentor ou um amigo espiritual, transmite a mensagem daquele que não está em condições de fazê-la. Ele se manifesta como o amigo que traz um recado.
Poderá também, transmitir uma palavra ao médium, para que a interprete e discorra, de forma consoladora.
Muitos não entendem, mas para que a psicografia aconteça, tem que haver merecimento de ambos.
Requisitos devem ser respeitados, tanto para quem recebe, quanto para quem quer transmitir a mensagem.
Assim, é necessária uma equipe de médiuns à disposição, que estejam preparados física e espiritualmente.
Aquele que requisitou a psicografia, precisa estar emocionalmente equilibrado em todos os sentidos.
O Espírito que vai transmitir a mensagem, precisará também estar em perfeitas condições emocionais, para conseguir passar o consolo necessário, pois é uma emoção muito forte para ambos.
A falta desses pré-requisitos, impedirá que a mensagem aconteça, porque não houve um preparo adequado, em todas as etapas do processo.
Outros fatores também poderão interferir para que a comunicação não aconteça.
Esse Espírito já poderá estar encarnado, ou realizando trabalhos na espiritualidade, que o impeçam de comunicar-se.
A morte não existe, a vida continua em outro plano, com tarefas importantes a serem executadas, por aqueles que têm boa vontade.
Se a comunicação vier a acontecer, poderá ser em forma de uma carta, bilhete ou imagem, que expressará aquilo que o Espírito deseja transmitir em forma de consolo.
Para que consigamos detectar a veracidade da psicografia, ou de quem a transmite, normalmente virá com um tipo de identificação, que poderá ser reconhecido pela caligrafia, assinatura ou citações de fatos que apresentam testemunhos do que vivenciou, quando esteve aqui na Terra.
Para muitos, isso poderá ser coisa do demônio, charlatanismo, ou simplesmente invenção da Doutrina dos Espíritos.
Porém, quem não se lembra do filme, inspirado no livro do mesmo nome: – “As mães de Chico, o carteiro do além? ”
A mediunidade de Chico Xavier era tão aflorada, que ele escrevia com a mão esquerda e a direita ao mesmo tempo, e ainda conversava com um de seus assistidos.
Podemos perceber, que naquela época, acontecia uma “chuva torrencial” de cartas, talvez pela necessidade do momento e do consolo, que ainda era muito precária, em relação à vasta Biblioteca que a Doutrina Espírita oferece neste momento.
Assim sendo, hoje há formas variadas de buscar o consolo:
– Fazendo preces, para que tenha força e coragem de enfrentar a situação;
– Viver em função de consolar ou amparar aqueles que ficaram;
– Dedicar-se a uma instituição de caridade.
Devemos lembrar também, que à noite durante o sono, nosso Espírito se desprende do corpo físico e poderá, se ambos tiverem em condições, abraçarem-se espiritualmente.
É de suma importância saber que a mensagem virá, mais cedo ou mais tarde, de forma diversa para o nosso equilíbrio emocional.
E, o consolo hoje, não precisa ser somente através de mensagens psicografadas.
O “Evangelho Segundo o Espiritismo”, em especial o capítulo V, procura nos consolar de todas as maneiras, fortalecendo nossos pensamentos, nossa fé, ajudando a controlar nossas emoções.
E, o “Livro dos Espíritos”, nos dá informações preciosas sobre o que poderá acontecer com nossos entes queridos, como serão amparados amorosamente pelos espíritos de luz, mostrando que um dia, poderemos encontrá-los novamente.
Conta-nos Chico, que muitas vezes, ele via Espíritos desesperados, porque não estavam em condições de passar a mensagem.
Então, simplesmente dava um abraço, envolvendo aquela pessoa necessitada de consolo, com todo amor que havia em seu coração.
Conclusão: – Podemos encaminhar mensagens aos entes queridos, através de nossas orações e pensamentos positivos.
Com certeza eles receberão e enviarão mensagens, que sentiremos em nosso coração, tranquilizando-nos.
O mais importante é enviarmos energias positivas de amor, para equilíbrio dos entes queridos que já se foram.
Muita paz!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]