Espiritismo com Lucio Cândido Rosa: Oração Dominical – Pai Nosso

Caro leitor!

Os Espíritos nos alertam que a forma de orar não é nada, pois o que importa é a força do pensamento que vale mais do que mil palavras.
O objetivo da prece é elevar nossa alma a Deus, independente da forma que a praticamos, através de uma conversa sincera ou de forma decorada como estamos acostumados, pois o que importa para Deus é a intenção e a sinceridade.
Para o Espiritismo todas as preces são válidas, quando saem do fundo do coração e não somente dos lábios.
Segundo o apóstolo Paulo, aquela que escolhermos, deverá ser feita de forma clara, inteligível, independente da língua em que for proferida.
Nosso foco hoje é a “Oração dominical” ensinada por Jesus aos seus discípulos.

Existe a necessidade da compreensão, porque as palavras usadas por Ele naquele tempo, se diferenciam daquelas que utilizamos hoje. O dialeto utilizado por Ele era Aramaico, e para que chegasse ao formato que conhecemos atualmente, sofreu cinco traduções mantendo porém toda a sua profundidade e intenção, onde cada palavra tem uma ideia ou importância, para que reflitamos nos objetivos a serem alcançados. Essa prece é encontrada no Evangelho de Mateus, cap. VI, vs. 9 a 13.
Ela resume os deveres que temos para com Deus, para conosco, para com o nosso semelhante. É uma profissão de fé, adoração e submissão aos pedidos das coisas que necessitamos nessa vida.

Poderá ser feita pela intenção dos outros, de nós mesmos, de Espíritos que nos são caros e que necessitam de evolução. Os animais também poderão ser alvos de nossas preces, pois também foram criados por Deus.
Só não surtirá efeito, quando a fizermos pensando em nossos problemas, numa divergência com alguém, não importando o número de vezes que a fizermos, pois o que importa e a qualidade. Para isso, os bons Espíritos colaboram com seus comentários e orientações, para nosso melhor entendimento.

Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome!
Ressalta Jesus, que independente de qualquer título convencional que utilizemos, somos filhos do mesmo Pai. Devemos agradecer por tudo que recebemos, pelo mal que veio até nós, trazendo sempre um ensinamento, e por fim por tudo aquilo que não aconteceu.
Ele também demonstra toda a soberania de Deus para conosco, seres encarnados e desencarnados, mostrando que seu nome, deve ser respeitado em toda a sua criação.
Em relação a sua morada, não é na condição física, mas no campo Espiritual e dentro de nossa intimidade. Orando a ele, estaremos entrando em contato com as forças mais sublimes que existem em todo o Universo.

Venha a nós o vosso reino!
Simboliza todas as leis de sabedoria, justiça, amor e caridade que nos dão a felicidade, quando praticadas com clareza. Feito isso o mais forte irá ajudar o mais fraco, evitando todos os males que geram o abuso. Enfim todas as misérias do mundo sumirão quando não violarmos mais essas leis.

Nossa inteligência nos dá compreensão e a liberdade de escolher entre o bem e o mal, a fim de que tenhamos a responsabilidade e a liberdade de nossas ações, pois todas essas leis estão gravadas em nossa consciência.
Segundo as promessas de Jesus, o dia em que elas forem praticadas por todos nós, o reino de Deus se estabelecerá por toda a Terra.  Aproveitemos então essa luz que está nos colocando a caminho da verdade, para que ela chegue com maior rapidez.

Seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu.
Ser submisso a Deus é dever nosso, como um filho respeita a seu pai. Fazer a vontade Dele, é observar as suas leis e colocá-las em prática sem reclamar. Só viveremos bem o dia em que entendermos que Ele está no controle de tudo e a Sua vontade precisa ser cumprida tanto na Terra como no Plano Espiritual.

O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje.
O alimento é indispensável para o sustentação de nosso corpo físico, porém necessitamos do alimento espiritual para o desenvolvimento de nosso espírito.
Fazendo uso de nossa inteligência, colocando-a em prática no trabalho, conquistaremos todos os recursos necessários a nossa condição física. É esse esforço, que um dia nos colocará na condição de Espíritos Superiores.
Porém, antes de reclamar daquilo que não temos, vejamos se é fruto de nossa imprevidência ou por não sairmos em busca do que precisamos.

Quando pedimos: Dá-nos Senhor o pão nosso de cada dia, solicitamos os meios necessários para adquirirmos tudo aquilo que necessitamos.
Porém, se houver dificuldades, entendamos que faz parte de nosso processo reencarnatório, por erros cometidos no passado em outras existências.
Em relação ao alimento espiritual virá através dos meios que utilizarmos para conquistá-lo, fazendo preces, vibrando positivo e praticando a caridade.

Perdoa as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos ofenderam.
As dívidas às quais pedimos perdão, se resumem sempre em que infringimos as leis de Deus, contraindo dividas que teremos que reparar cedo ou tarde.
Dentre dessas leis, está a caridade, não só a física mas a espiritual também, que consiste no perdão das ofensas, através do exercício de paciência e tolerância, que são as maiores virtudes que precisamos exercitar hoje, para sermos felizes por toda eternidade.

Assim como Deus nos perdoa, devemos perdoar também, pedindo força e coragem para tirar todo o ressentimento, ódio e rancor, pois se não nos livrarmos desses sentimentos, num futuro próximo tudo isso se transformará em doença.

Por outro lado, se tivermos que deixar este mundo hoje, não levemos o sentimento de vingança. Jesus, nos últimos momentos de sua existência aqui na Terra disse: “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.
Fazendo isso descansaremos em paz, não teremos a nossa volta a influência de Espíritos inferiores que se afinizam com nosso desejo de vingança, não nos deixando em paz.
As perseguições que sofremos nos servem de prova, para colocar em prática o exercício do perdão.
Peçamos força e coragem para reequilibrar todas as nossas energias, sem guardar ressentimento algum.

Não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
É pedir força e coragem para resistir às sugestões de Espíritos inferiores, que tentam nos desviar do caminho, inspirando-nos maus pensamentos, pois como ainda somos Espíritos imperfeitos o mal está em nós e eles procurarão se aproveitar dessa situação.
Tendo consciência disso deveremos mudar nossos pensamentos viciosos e pessimistas para não cair em tentação. Cada imperfeição que insistirmos em cultivar será uma porta aberta para qualquer influência negativa.
Por outro lado, será inútil pedir que nos ajudem, se não mudarmos nossa atitudes, ou saímos do caminho do mal a serviço do bem.

Fazendo isso, Deus inspirará nossos anjos guardiões ou bons Espíritos, para ajudar-nos a corrigir as imperfeições.
Contudo, estejamos convictos de que o mal não é obra de Deus. Somos nós mesmos quem criamos o mal, infringindo suas leis, fazendo mal uso delas e da liberdade que Ele nos outorgou.
O mal não constitui a necessidade de ninguém, só se satisfazem dele aqueles que o praticam. E, da mesma forma que podemos ter vontade de praticar o mal, também poderemos ter em relação à prática do bem.
Que Assim seja!
Muita paz!

* Lucio Cândido Rosa escreve quinzenalmente sobre espiritismo e espiritualidade no Jornal Cotia Agora. Quer enviar sugestão de algum tema para que ele aborde? Envie para o email [email protected]